Uma leitura do republicanismo na poesia Sousândrade
DOI :
https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.4.229-248Mots-clés :
literatura brasileira, século XIX, poesia, república, SousândradeRésumé
Este artigo discute os poemas Novo Éden: Poemeto da adolescência (1888-1889), Harpa de Ouro (1888-1889) e O Guesa, O Zac (1902) com destaque ao teor político republicano que os constitui. Nessa tríade, Sousândrade constrói uma narrativa legitimadora da República brasileira apresentando-nos ao panorama da luta pela emancipação da nação livre e democrática como resultado dos esforços de dois heróis nacionais: Tiradentes e, surpreendentemente, a princesa Isabel, ambos representados como mártires cristãos defensores de um novo éden político. Vale ressaltar que esses poemas se inscrevem no momento de transição do Brasil monárquico para o republicano, marcado por disputas ideológicas de grupos políticos que tencionavam ser protagonistas da modernização da nação rumo ao século XX.
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