(S)em nome do Pai
a escrita órfã de João Gilberto Noll
DOI :
https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.4.205-227Mots-clés :
João Gilberto Noll, errância, não nomeação, paternidade, autoriaRésumé
Este artigo pretende apresentar a relação entre o movimento errante dos narradores da obra de João Gilberto Noll e a sua impossibilidade de manterem um vínculo com a figura paterna. Para tanto, a inviabilidade do narrador em ter um pai ou de ser um pai será analisada neste artigo por meio de duas perspectivas: primeira, a partir do paralelo entre a ruptura de toda e qualquer possibilidade de ascendência e de descendência genealógica e o movimento errante constitutivo das narrativas nollianas. Em seguida, através da possível associação entre a figura de autoridade do Pai e a figura de autoridade do Autor. Como base teórica deste estudo, o pensamento de Maurice Blanchot e de Roland Barthes se farão presentes.
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