Tradição e ruptura
as mulheres no romance Aurélia, de Maria Benedita Bormann
DOI :
https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.4.274-290Résumé
Apesar de não terem sido vistas no decorrer da História, muitas mulheres escreveram durante o século XIX. Diante disso, este artigo propõe um olhar sobre o papel social da mulher a partir do romance Aurélia, de Maria Benedita Bormann, e sobre a própria escritora, pouco estudada e conhecida nos dias atuais, mas que produziu muito em sua época, o Brasil oitocentista. Dessa maneira, o nosso olhar se projeta sobre a escrita feminina no século XIX e as representações das mulheres no romance, com o diferencial de serem mulheres escritas pelo viés de outra mulher, e a maneira como essas personagens rompem com os tradicionais discursos e estereótipos femininos da literatura do século XIX. Para tanto, nos debruçamos sobre pesquisadores tais como Norma Telles, Zahidé Lupinacci Muzart, Maria Ângela D’Incao, Constância Lima Duarte, Nelly Novaes Coelho, Alfredo Bosi entre outros que constam na bibliografia final.
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