Padre Hipólito e Padre Albano
dois jeitos de ser igreja na telenovela Roque Santeiro (1985)
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.1.275-304Parole chiave:
O berço do herói, telenovela Roque Santeiro, adaptação televisiva, Igreja Católica, Teologia da LibertaçãoAbstract
Resumo: Este artigo intenta analisar, por meio de contrapontos, os sacerdotes católicos da novela Roque Santeiro, adaptação televisiva da peça O berço do herói, de Dias Gomes (1922-1999). A fim de subtrair-se à censura reinante no regime militar, o texto mencionado passou por modificações e situações outras que provocaram o surgimento de uma obra de autoria coletiva. Os presbíteros passaram a integrar uma nova trama, em que duas maneiras de ser Igreja se contrapõem: o viés tradicionalista e a visão baseada nos pressupostos da Teologia da Libertação. Padre Hipólito representa o catolicismo tradicionalista, já Padre Albano é partidário de uma Igreja mais engajada socialmente, por isso é chamado de “padre vermelho”. Por meio dessas personagens, a novela abordou, de forma geral, essas duas maneiras de vivenciar a fé católica.
Palavras-chave: O berço do herói; telenovela Roque Santeiro; adaptação televisiva; Igreja Católica; Teologia da Libertação.
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