As mulheres e seu corpo-território na paisagem literária de Lygia Fagundes Telles
uma história de poder, subjugação e violência
Parole chiave:
história das mulheres, corpo-território, paisagem literária, Lygia Fagundes TellesAbstract
Neste artigo, reflete-se a respeito da ideia derivada dos sistemas colonial e patriarcal de que o corpo humano de cidadãos considerados inferiores socialmente, entre eles mulheres, pobres e grupos étnicos não brancos, pode ser objetificado em prol do modelo capitalista vigente. Logo, por meio da análise das histórias de duas personagens, Luciana e Frau Herta, do romance Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, verifica-se que são percebidos em falas e atitudes dos que convivem com essas duas mulheres vestígios oriundos da herança escravocrata. Atenta-se também para o trabalho doméstico como muitas vezes a única perspectiva ou oportunidade de atuação de mulheres com pouco estudo ou em condições mais vulneráveis, como é o caso das personagens em foco aqui. Constata-se, pelo assujeitamento dos corpos, por si próprios ou por outrem, com frequência com o único intuito a sobrevivência, que a lógica dominante se baseia na violência contra esses corpos desde os tempos mais remotos.
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