A presença-ausência da figura materna e a desconstrução da linhagem patriarcal em Menino sem passado
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.34.1.%25pParole chiave:
figura materna, desconstrução, patriarcalismo, Menino sem passadoAbstract
Este artigo analisa a obra Menino sem passado, de Silviano Santiago, para evidenciar como, desde a infância, a vida do autor é marcada pela morte prematura da mãe. Para tal, busca-se compreender a figura materna não como um corpo ausente, mas sim como uma falta que ama, estabelecendo uma referência à poesia de Drummond. Essa discussão sobre a orfandade de Silviano, manifestada na presença-ausência da mãe, respalda-se em Carlos Drummond de Andrade (2015), Mário de Andrade (1988), Roland Barthes (1984) e Silviano Santiago (1988, 2005, 2021a, 2021b). Considerando a figura materna como falta que ama, reflete-se sobre a desconstrução da estrutura patriarcal na obra. Afinal, a narrativa abandona a imagem da árvore genealógica e utiliza o vitral de Charthes, constituído por enxertos, para destituir a centralidade da imagem paterna. Para isso, recorre-se, sobretudo, aos estudos de Silviano Santiago (1976, 2021a, 2021b).
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