Memória, genealogia e subjetividade em João Cabral
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.23.1.37-50Palavras-chave:
João Cabral de Melo Neto, Poesia brasileira moderna, Memória, GenealogiaResumo
O poema “Autobiografia de um só dia” foi publicado inicialmente no livro A escola das facas, no início da década de 1980, quando o autor já era maduro e consagrado. Ali, João Cabral de Melo Neto descreve a circunstância de seu nascimento, debaixo de um “céu de gesso”, em volta do aparato familiar. Interessa, pois, investigar como o autor constrói a ideia de céu, para que possamos relacionar o seu ideário religioso com as determinações familiares, que passam a ser distintivas do seu lugar social. A partir daí, podemos vislumbrar como a matéria de sua expressão pode ser vinculada a seus traços estilísticos. Assim, abre-se a possibilidade de nos aproximarmos, tanto quanto possível, dos aspectos subjetivos de sua obra, já que no poema em foco ele se expressa na primeira pessoa, fato absolutamente episódico na sua produção, que é marcada pela objetividade e pela terceira pessoa.
Referências
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