A modernidade de Memórias da Rua do Ouvidor
o teatro e a moda
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.26.1.141-170Palavras-chave:
modernidade, teatro, historiografia, estética.Resumo
O presente artigo investiga o processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro através do fenômeno do teatro e da moda como apresentado na obra Memórias da Rua do Ouvidor (1878), de Joaquim Manuel de Macedo. Para isso, discutem-se pontos de vista teóricos e historiográficos distintos sobre a modernidade a partir de pensadores e críticos de matrizes marxistas e da história cultural e das artes (como Roberto Schwarz, Luiz Felipe de Alencastro, Christophe Charle e Jonathan Crary), examinando o livro de Macedo já referido, com o objetivo de alcançar a complexidade da experiência ali exposta, propondo angulações teóricas distintas para a análise do fenômeno e, por fim, pensando um contraste entre a modernidade periférica brasileira e a francesa através do ensaio “O pintor da vida moderna” (1863), de Charles Baudelaire, em comparação com Memórias da Rua do Ouvidor, de Joaquim Manoel de Macedo.
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