Impressões (des)arquiviolíticas homo-bio-ficcionais da exterioridade

Silviano Santiago e suas/nossas Mil rosas roubadas

Autores

  • Pedro Henrique Alves de Medeiros Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Edgar Cézar Nolasco dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.29.3.227-243

Palavras-chave:

crítica biográfica fronteiriça, arquivo, Silviano Santiago

Resumo

A partir da fronteira-sul, biolócus geoistórico e sobretudo epistemológico, a qual pensamos e erigimos nossas reflexões crivadas e atravessadas pelos nossos corpos fronteiriços e pelas nossas sensibilidades biográficas/locais de pesquisadores situados em um lócus periférico, buscaremos, assentados em uma teorização de caráter crítico-biográfico fronteiriço (NOLASCO, 2015), e em uma metodologia eminentemente bibliográfica, (des)arquivar o projeto da exterioridade homo-bio-ficcional do intelectual mineiro Silviano Santiago, essencialmente no que convém ao seu romance escrevivente Mil rosas roubadas (2014). Dessa forma, optamos por trabalhar com a impressão do arquivo do mal/da exterioridade (NOLASCO, 2018a) de Silviano na tentativa de abri-lo, (des)arquivá-lo. Ao fazê-lo, (des)arquivamos as nossas próprias histórias e sensibilidades. Subsidiados pelo discurso ensaístico crítico-biográfico fronteiriço, ao escrevermos e teorizarmos acerca desse projeto homo-bio-ficcional (des)arquivando-o, expomo-nos, sofremos de um mal. Nesse prisma, o espaço biográfico o qual nossas reflexões se aquilatam é da ordem dos afetos, das sensibilidades, da sobrevida, contudo, sempre respaldado pela distância, lugar reservado à crítica e à amizade política (NOLASCO, 2010)

Biografia do Autor

  • Pedro Henrique Alves de Medeiros, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    Doutorando em Estudos de Linguagens (PPGEL) com o projeto Silviano Santiago: um Brasil do pretérito imperfeito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Mestre em Estudos de Linguagens (PPGEL) com a dissertação intitulada Entre homo-bios-grafias e escrevivências de Silviano Santiago: exercícios de crítica biográfica fronteiriça pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduado em Letras Licenciatura Português e Inglês pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Trabalhou como Bolsista PIBIC/UFMS/CNPq sob orientação do professor Dr. Edgar Cézar Nolasco com o projeto Silviano Santiago: mil rosas (auto)biográficas. Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos Culturais Comparados (NECC) certificado pelo CNPq e Presidente da Comissão Organizadora do periódico CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS. Pesquisador Associado e Coordenador de Projetos Especiais do Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC). Coordenador do Evento Internacional Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços: Cultura, Arte, Literatura e Educação. Em 2020.2 atuou como Professor Visitante Voluntário de Graduação no Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano (INSTED). Tem experiência na área de Letras com ênfase em Teoria Literária, Estudos Culturais, Crítica Biográfica, Literatura Comparada, Literatura Brasileira e Estudos Fronteiriços/Descoloniais. Contato: pedro_alvesdemedeiros@hotmail.com

  • Edgar Cézar Nolasco dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    E.C. NOLASCO é professor titular da UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL. Possui mestrado em Teoria da Literatura (UFMG), doutorado em Literatura Comparada (UFMG), com pós-doutorado em Cultura (PACC-UFRJ). Ministra as disciplinas Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Graduação em Letras e Literatura Comparada e Teorias sem disciplina na Pós-Graduação Estudos de Linguagens. É fundador e coordenador do NECC: NÚCLEO DE ESTUDOS CULTURAIS COMPARADOS (desde 2009), e editor-presidente dos periódicos do grupo CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS (desde 2009). Além de estudioso da obra de Clarice Lispector, tem pesquisado e orientando projetos acerca dos Estudos descoloniais/fronteiriços.

Referências

ANZALDÚA, G. Borderlands/la frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2007.

ARFUCH, L. A auto/biografia como (mal de) arquivo. In: MARQUES, R.; SOUZA, E. M. de (org.). Modernidades alternativas na América Latina. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. p. 370-382.

BARTHES, R. Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo, 2003.

CORACINI, M. J. Memória em Derrida: uma questão de arquivo e de sobre-vida. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 4, p. 125-136, 2010.

DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução de Claudia de Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

LOPES, D. Do entre-lugar ao transcultural. In: ______. No coração do mundo: paisagens transculturais. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. p. 21-46.

MARQUES, R. O arquivamento do escritor. In: MIRANDA, W. M.; SOUZA, E. M. de (org.). Arquivos literários. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 141-156.

MIGNOLO, W. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Tradução de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

MONTERO, R. A louca da casa. Tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman. Rio de Janeiro: PocketOuro, 2004.

NASCIMENTO, N. de A. A vida como literatura e a literatura para viver: apontamentos sobre a ficção de Silviano Santiago. In: WEINHARDT, M. (org.). Ficções contemporâneas: histórias e memórias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2015. DOI: https://doi.org/10.7476/9788577982141.0006

NOLASCO, E. C. Crítica biográfica fronteiriça (Brasil/Paraguai/Bolívia). Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 14, p. 47-63, 2015.

NOLASCO, E. C. Habitar a exterioridade da fronteira-sul. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, v. 2, p. 75-100, 2018a. Disponível em: http://seer.ufms.br/index.php/cadec/article/view/7771. Acesso em: 20 jun. 2019.

NOLASCO, E. C. O oráculo da fronteira. São Paulo: Intermeios: 2018b.

NOLASCO, E. C. Políticas da crítica biográfica. Cadernos de Estudos Culturais, Campo Grande, n. 4, p. 35-50, 2010.

PESSANHA, J. G. Recusa do não-lugar. São Paulo: Editora UBU, 2018.

ROUDINESCO, E. A análise o arquivo. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

SANTIAGO, S. Literatura e cultura de massa. In: SANTIAGO, S. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. p. 106-124.

SANTIAGO, S. Mil rosas roubadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 31-83.

SCHNEIDER, M. Ladrões de palavras: ensaio sobre o plágio, a psicanálise o pensamento. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

SOUZA, E. M. de. Crítica Cult. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

SOUZA, E. M. de. Janelas indiscretas: ensaios de crítica biográfica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. DOI: https://doi.org/10.7476/9788542303032

Downloads

Publicado

2024-04-23