Cruz e Sousa, entre o tribuno e o místico

Autores

  • Júlio Cezar Bastoni da Silva Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.30.3.290-316

Palavras-chave:

Cruz e Sousa, simbolismo, abolicionismo, poesia e experiência mística, fortuna crítica

Resumo

O artigo procura, por meio da revisão bibliográfica da fortuna crítica e da análise de poemas de Cruz e Sousa, refletir sobre dois dos perfis historicamente estabelecidos sobre o poeta catarinense: o de tribuno, poeta engajado na liça abolicionista, e o de místico, ligado ao culto à arte e a busca pela transcendência e comunhão com o Absoluto. Tais questões são pensadas à luz de bibliografia teórico-crítica brasileira e internacional, com eventuais contribuições do pensamento social e filosófico para a compreensão da poesia de Cruz e Sousa como um momento singular da poesia moderna brasileira e ocidental. Nesse sentido, demonstra-se que aquela dualidade se apresenta como perfil apenas parcial da produção do poeta, cujas temáticas e elaborações formais precisam ser pensadas com base no conjunto de sua obra e de suas transformações ao longo de sua trajetória literária.

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Publicado

2024-04-23