A divina pornochanchada

uma leitura de A Comédia de Alissia Bloom, de Manoel Herzog

Autores

  • Emmanuel Santiago Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.32.3.39-59

Palavras-chave:

poesia brasileira contemporânea, literatura e cinema, Manoel Herzog, pornochanchada, paródia

Resumo

Em A comédia de Alissia Bloom, Manoel Herzog realiza uma paródia da Divina Comédia de Dante Alighieri, tendo como base as convenções da pornochanchada, gênero cinematográfico nacional de natureza popularesca. Dessa maneira, o autor consegue dar forma a um conteúdo social específico, relacionado ao estilo de vida e às condições materiais de existência de uma classe média emergente, a chamada “classe C”, atualizando mais uma vez o arquétipo do “malandro”, de longa tradição na literatura brasileira e em nossa cultura popular. Pretende-se, assim, investigar as implicações formais e críticas do atrito entre forma de prestígio cultural, produto audiovisual de massa e matéria social contemporânea.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABREU, Nuno Cesar Pereira de. Boca do Lixo: cinema e classes populares. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.

BERNARDINO, Márcio Alexandre Esteves. Comunicação, cultura e história de Santos: a gestão do imaginário social da arte no interesse público local. 2019. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2019.

BOOTH, Wayne C. The rhetoric of fiction. 2. ed. Chicago The University of Chicago Press, 1983.

CANDIDO, Antonio. Dialética da malandragem. In: CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004. p. 17–46.

GOMES, Paulo Emílio Salles. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

GOMES, Paulo Emílio Salles. Entrevista com Paulo Emílio de Salles Gomes. [Entrevista cedida a] Maria Rita Khel. Movimento, São Paulo, n. 29, p. 19, 19 jan. 1976.

HERZOG, Manoel. A Comédia de Alissia Bloom. São Paulo: Patuá, 2014.

NASCIMENTO, Jairo Carvalho do. Erotismo no cinema brasileiro: a pornochanchada em perspectiva histórica. Curitiba: CRV, 2018.

OLIVEIRA, Gilvando Alves de. A construção do discurso paródico na pornochanchada: uma cosmovisão carnavalesca. 2016. 203 f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

OTSUKA, Edu Teruki. Era no tempo do rei: atualidade das Memórias de um sargento de milícias. Cotia: Ateliê, 2016.

PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 23. ed. São Paulo: Brasiliense, 2008.

SELIGMAN, Flávia. O Brasil é feito pornôs: o ciclo da pornochanchada no país dos governos militares. 2000. Tese (Doutorado em Ciências – Cinema, Rádio e Televisão) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

SILVEIRA, Matilde. Com Shere Hite, orgasmo ganhou visibilidade há 40 anos. In: O GLOBO, Rio de Janeiro, 31 jul. 2018. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. de 2021.

SIMÕES, Inimá. Sexo à brasileira. Alceu, Rio de Janeiro, v.8, n. 15, jul./dez. 2007.

Downloads

Publicado

2024-04-23

Edição

Seção

Dossiê: Literatura e Cinema