Um convite ao debate sobre a (não) binariedade na sociedade e nos estudos da linguagem
Palavras-chave:
linguagem inclusiva de gênero não binário, não binariedade, identidades performativas, ensino-aprendizagem, políticas linguísticasResumo
Confrontando as múltiplas colonialidades persistentes, a linguagem inclusiva de gênero não binário possibilita a performance de identidades não binárias por intermédio da língua. Nesse sentido, esta pesquisa foi motivada pela necessidade de legitimação dessa pauta enquanto conhecimento científico dentro dos estudos das linguagens. À vista disso, este trabalho objetivou debater temáticas como a dessacralização das hierarquias linguísticas; a performatividade identitária por meio da linguagem; parâmetros educacionais vigentes; e as políticas linguísticas para inclusão/exclusão da dissidência, em termos da linguagem inclusiva de gênero não binário. Para tanto, foram realizados estudos dentro de uma perspectiva decolonial, focando na área da Educação Linguística Ampliada e da Linguística Aplicada Indisciplinar e Transgressiva. A metodologia utilizada foi a duoetnografia, fomentando reflexões pertinentes ao eixo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa.
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