O protagonismo na linguagem na mediação familiar judicial

Auteurs

  • Priscila Fernandes Sant'Anna Universidade Federal de Juiz de Fora ##default.groups.name.author##
  • Paulo Cortes Gago Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ##default.groups.name.author##

Mots-clés :

mediação, fala-em-interação, narrativas, conflito, empoderamento

Résumé

Este artigo analisa, no âmbito da Linguística Aplicada e em uma perspectiva interacional, a fase denominada “historiando o conflito”, uma das cinco fases identificadas pelo grupo de pesquisa Interação em Contextos Institucionais como recorrentes em uma entrevista de mediação. Este trabalho analisa como o mediador e as partes em desacordo negociam os espaços para que o conflito possa ser elaborado, trabalhado e transformado por aqueles que procuram a Justiça para resolverem suas questões familiares. A análise de dados reais de fala-em-interação mostra que a formulação, a reformulação e a coconstrução das narrativas são a forma central de ação dos atores no contexto estudado, sendo a construção de suas identidades realizada por meio da linguagem. Por fim, tal como postulam os manuais do direito e por meio do estudo das narrativas, analisamos o empoderamento e o exercício de protagonismo por parte dos entrevistados.

 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon, 1962.

BARBOSA, A. A. Guarda compartilhada e mediação familiar: uma parceria necessária. Revista Nacional de Direito de Família e Sucessões, Porto Alegre, v. 1, p. 20-36, 2014.

BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 jun. 2015.

BECKER, L. A. O mito da neutralidade do juiz.1995. Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/16673-16674-1-PB.htm >. Acesso em: 25 abr. 2016.

BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 1978.

BILMES, J. Occasioned semantics: a systematic approach to meaning in talk. Human Studies, v. 34, n. 2, p. 129-153, 2011.

CLARK, J.; MISHLER, E. Prestando atenção às histórias dos pacientes: o reenquadre da tarefa clínica. In: RIBEIRO, B. T.; LIMA, C. C.; DANTAS, M. T. L. (Org.). Narrativa, identidade e clínica. Rio de Janeiro: Ipub, 2001. p. 11-53.

DENZIN, N.; LINCOLN, Y. The discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. The Sage Handbook of qualitative research. Thousand Oaks: Sage Publications, 2000. p. 1-27.

DREW, P.; HERITAGE, J. Talk at work: interaction in institutional settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

ENFIELD, N. J. Relationship thinking. Oxford: Oxford University Press, 2013.

GARCIA, A. C. The role of interactional competence in mediation. Conflict Resolution Quarterly, v. 28, n. 2, p. 205-228, 2010.

GARFINKEL, H. Studies in Ethnomethodology. Cambridge: Polity Press, 1967.

GARFINKEL, H.; SACKS, H. On formal structures of practical actions. In: McKINNEY, J. C.; TERYAKIAN, E. A. (Ed.). Theoretical Sociology. New York: Appleton-Century-Crofts, 1970. p. 160-193.

GOFFMAN, E. Footing. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística interacional. São Paulo: Loyola, 2002. p. 107-148.

GREATBATCH, D.; DINGWALL, R. The interactive construction of interventions by divorce mediators. In: FOLGER, J. P.; JONES, T. S. (Ed.). New directions in mediation: communication research and perspectives. Thousand Oaks: Sage Publications , 1994. p. 84-109.

GRIMSHAW, A. Introduction. In: GRIMSHAW, A. (Ed.). Conflict talk: sociolinguistics investigation of arguments in conversation. Cambridge: Cambridge University Press , 1990. p. 1-20.

GUMPERZ, J. Convenções de contextualização. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística Interacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Loyola, 2002. p.149-182.

HERITAGE, J.; WATSON, D. R. Formulations as conversational objects. In.: PASATHAS, G. (Ed.). Everyday language. New York: Irvington, 1979. p. 123-162.

HERITAGE, J.; WATSON, D. R. Aspect of the properties of formulations in natural conversations: some instances analysed. Semiotica, v. 30, n. 3-4, p. 245-262, 1980.

HUTCHBY, Y. Active listening: formulations and the elicitation of feelings-talk in child counseling. Research on Language and Social Interaction, v. 38, n. 3, p. 303-329, 2005.

LABOV, W. The transformation of experience in narrative syntax. In: LABOV, W. Language in the inner city: studies in the black English vernacular. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972. p. 354-397.

MILES, M. B.; HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis. London: Sage Publications, 1994.

MISHLER, E. G. The discourse of medicine: dialectics of medical interviews. Norwood: Ablex, 1984.

MISHLER, E. G. Research interviewing: context and narrative. Cambridge: Harvard University Press, 1986.

MISHLER, E. G. Work, identity and narrative: an artist-craftsman’s story. In: ROSENWALD, G. C.; OCHBERG, R. L. (Ed.). Storied lives: the cultural politics of self-understanding. New York: Yale University Press, 1992.

MISHLER. E. Narrative accounts in clinical and research interviews. In: GUNNARSON, B. L.; LINELL, P.; NORDBERG, B. (Ed.) The construction of professional discourse. London: Longman, 1995. p.151-172.

MISHLER. E. Narrativa e identidade: a mão dupla do tempo. In: MOITA LOPES, L. P.; BASTOS, L. C. (Org.). Identidades: recortes multi e interdisciplinares. Campinas: Mercado de Letras, 2002. p. 97-119.

MOITA LOPES, L. P. Pesquisa interpretativista em Linguística Aplicada: a linguagem como condição e solução. Delta, v. 10, n. 2, p. 329-383, 1994.

SACKS, H.; SCHEGLOFF, E. A.; JEFFERSON, G. Sistemática elementar para a organização da tomada de turnos para a conversa. Revista Veredas de Estudos Linguísticos, v. 7, n. 2, p. 1-67, 2003.

SCHEGLOFF, E. Discourse as interactional achievement III: the omni relevance of action. Research on Language and Social Interaction, v. 28, n. 3, p. 185-211, 1995.

SPENGER, F. M. Mediação enquanto política pública: a teoria, a prática e o projeto de lei. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2010.

TANNEN, D.; WALLAT, C. Enquadres interativos e esquemas de conhecimento em interação: exemplos de um exame/consulta médica. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística interacional. São Paulo: Loyola, 2002. p. 183-214.

TEN HAVE, P. Doing conversation analysis: a practical guide. London: Sage, 1999.

VASCONCELOS, C. E. Mediação de conflitos e práticas restaurativas: modelos, processos, ética e aplicações. São Paulo: Método, 2006.

Téléchargements

Publiée

2018-01-12

Numéro

Rubrique

Número temático – Protagonismo na/da linguagem – lançamento em 2017