O protagonismo na linguagem na mediação familiar judicial
Palabras clave:
mediação, fala-em-interação, narrativas, conflito, empoderamentoResumen
Este artigo analisa, no âmbito da Linguística Aplicada e em uma perspectiva interacional, a fase denominada “historiando o conflito”, uma das cinco fases identificadas pelo grupo de pesquisa Interação em Contextos Institucionais como recorrentes em uma entrevista de mediação. Este trabalho analisa como o mediador e as partes em desacordo negociam os espaços para que o conflito possa ser elaborado, trabalhado e transformado por aqueles que procuram a Justiça para resolverem suas questões familiares. A análise de dados reais de fala-em-interação mostra que a formulação, a reformulação e a coconstrução das narrativas são a forma central de ação dos atores no contexto estudado, sendo a construção de suas identidades realizada por meio da linguagem. Por fim, tal como postulam os manuais do direito e por meio do estudo das narrativas, analisamos o empoderamento e o exercício de protagonismo por parte dos entrevistados.
Descargas
Referencias
AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon, 1962.
BARBOSA, A. A. Guarda compartilhada e mediação familiar: uma parceria necessária. Revista Nacional de Direito de Família e Sucessões, Porto Alegre, v. 1, p. 20-36, 2014.
BRASIL. Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 jun. 2015.
BECKER, L. A. O mito da neutralidade do juiz.1995. Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/16673-16674-1-PB.htm >. Acesso em: 25 abr. 2016.
BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Rio de Janeiro: Vozes, 1978.
BILMES, J. Occasioned semantics: a systematic approach to meaning in talk. Human Studies, v. 34, n. 2, p. 129-153, 2011.
CLARK, J.; MISHLER, E. Prestando atenção às histórias dos pacientes: o reenquadre da tarefa clínica. In: RIBEIRO, B. T.; LIMA, C. C.; DANTAS, M. T. L. (Org.). Narrativa, identidade e clínica. Rio de Janeiro: Ipub, 2001. p. 11-53.
DENZIN, N.; LINCOLN, Y. The discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. The Sage Handbook of qualitative research. Thousand Oaks: Sage Publications, 2000. p. 1-27.
DREW, P.; HERITAGE, J. Talk at work: interaction in institutional settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
ENFIELD, N. J. Relationship thinking. Oxford: Oxford University Press, 2013.
GARCIA, A. C. The role of interactional competence in mediation. Conflict Resolution Quarterly, v. 28, n. 2, p. 205-228, 2010.
GARFINKEL, H. Studies in Ethnomethodology. Cambridge: Polity Press, 1967.
GARFINKEL, H.; SACKS, H. On formal structures of practical actions. In: McKINNEY, J. C.; TERYAKIAN, E. A. (Ed.). Theoretical Sociology. New York: Appleton-Century-Crofts, 1970. p. 160-193.
GOFFMAN, E. Footing. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística interacional. São Paulo: Loyola, 2002. p. 107-148.
GREATBATCH, D.; DINGWALL, R. The interactive construction of interventions by divorce mediators. In: FOLGER, J. P.; JONES, T. S. (Ed.). New directions in mediation: communication research and perspectives. Thousand Oaks: Sage Publications , 1994. p. 84-109.
GRIMSHAW, A. Introduction. In: GRIMSHAW, A. (Ed.). Conflict talk: sociolinguistics investigation of arguments in conversation. Cambridge: Cambridge University Press , 1990. p. 1-20.
GUMPERZ, J. Convenções de contextualização. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística Interacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Loyola, 2002. p.149-182.
HERITAGE, J.; WATSON, D. R. Formulations as conversational objects. In.: PASATHAS, G. (Ed.). Everyday language. New York: Irvington, 1979. p. 123-162.
HERITAGE, J.; WATSON, D. R. Aspect of the properties of formulations in natural conversations: some instances analysed. Semiotica, v. 30, n. 3-4, p. 245-262, 1980.
HUTCHBY, Y. Active listening: formulations and the elicitation of feelings-talk in child counseling. Research on Language and Social Interaction, v. 38, n. 3, p. 303-329, 2005.
LABOV, W. The transformation of experience in narrative syntax. In: LABOV, W. Language in the inner city: studies in the black English vernacular. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972. p. 354-397.
MILES, M. B.; HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis. London: Sage Publications, 1994.
MISHLER, E. G. The discourse of medicine: dialectics of medical interviews. Norwood: Ablex, 1984.
MISHLER, E. G. Research interviewing: context and narrative. Cambridge: Harvard University Press, 1986.
MISHLER, E. G. Work, identity and narrative: an artist-craftsman’s story. In: ROSENWALD, G. C.; OCHBERG, R. L. (Ed.). Storied lives: the cultural politics of self-understanding. New York: Yale University Press, 1992.
MISHLER. E. Narrative accounts in clinical and research interviews. In: GUNNARSON, B. L.; LINELL, P.; NORDBERG, B. (Ed.) The construction of professional discourse. London: Longman, 1995. p.151-172.
MISHLER. E. Narrativa e identidade: a mão dupla do tempo. In: MOITA LOPES, L. P.; BASTOS, L. C. (Org.). Identidades: recortes multi e interdisciplinares. Campinas: Mercado de Letras, 2002. p. 97-119.
MOITA LOPES, L. P. Pesquisa interpretativista em Linguística Aplicada: a linguagem como condição e solução. Delta, v. 10, n. 2, p. 329-383, 1994.
SACKS, H.; SCHEGLOFF, E. A.; JEFFERSON, G. Sistemática elementar para a organização da tomada de turnos para a conversa. Revista Veredas de Estudos Linguísticos, v. 7, n. 2, p. 1-67, 2003.
SCHEGLOFF, E. Discourse as interactional achievement III: the omni relevance of action. Research on Language and Social Interaction, v. 28, n. 3, p. 185-211, 1995.
SPENGER, F. M. Mediação enquanto política pública: a teoria, a prática e o projeto de lei. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2010.
TANNEN, D.; WALLAT, C. Enquadres interativos e esquemas de conhecimento em interação: exemplos de um exame/consulta médica. In: RIBEIRO, B. T.; GARCEZ, P. M. (Org.). Sociolinguística interacional. São Paulo: Loyola, 2002. p. 183-214.
TEN HAVE, P. Doing conversation analysis: a practical guide. London: Sage, 1999.
VASCONCELOS, C. E. Mediação de conflitos e práticas restaurativas: modelos, processos, ética e aplicações. São Paulo: Método, 2006.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Revista Brasileira de Linguística Aplicada

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


