Como os manuais de português para estrangeiros tratam a expressão da futuridade?
Résumé
A língua portuguesa dispõe de diferentes variedades lingüísticas para expressar a futuridade. Estas são empregadas pelos falantes conforme o interlocutor, local e assunto, porém a quantidade e a descrição dessas formas nos manuais de ensino de português para estrangeiros precisam de maior detalhamento. O trabalho de Tafner (2004) trata de sete formas verbais para a expressão da futuridade, das quais apenas duas foram encontradas nos manuais, o que sugere a necessidade de uma revisão destes, a fim de mostrar o funcionamento do sistema lingüístico do português. Na análise efetuada a partir de alguns manuais, escolhidos aleatoriamente, verificamos que a maioria faz referência apenas ao futuro sintético (-rei) ou à forma vou –R ou a ambas, mas sem apresentar para o aluno uma descrição detalhada a respeito de sua ocorrência, contextos que propiciam o emprego de uma ou outra forma verbal. Conseqüentemente, a falta dessas observações pode confundir o aluno quando ele tiver contato com outras formas de futuridade não incluídas nos manuais de ensino de PLE.
Téléchargements
Références
BALEEIRO, M. I. O futuro do presente no português culto de São Paulo. 1988. Dissertação. (Mestrado em Lingüística) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1988.
FLEISHMAN, S. The future in thought and language. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.
FONTÃO, E.; COUDRY, P. Sempre amigos: fala Brasil para jovens. Campinas, SP: Pontes, 2000.
FORST, G. Falando... Lendo... Escrevendo: português para estrangeiros: novo manual do professor. São Paulo: EPU, 1989.
GIBBON, A. O. A expressão do tempo futuro na língua falada de Florianópolis: gramaticalização e variação. 2000. Dissertação (Mestrado em Letras/Lingüística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.
GIVON, T. Syntax: an introduction. v. I. Amsterdam; Philadelphia: J. Benjamins, 2001.
HENRIQUES, C. C. Sintaxe Discursiva, Aspecto, Gerúndio e Gerundismo. ABP – Revista do Centro do Mundo Lusofônico, v.1, n.2, Köln: 2000, p. 16-24.
LAROCA, M. N. de C.; BARA, N.; PEREIRA, S. M. da C. Aprendendo português do Brasil: um curso para estrangeiros. Campinas, SP: Pontes, 1992.
LIMA, E. E. O. F.; IUNES, S. A. Falando... Lendo... Escrevendo: português: um curso para estrangeiros. São Paulo: EPU, 1981.
MARCHANT, M. Português para estrangeiros: infanto-juvenil. Porto Alegre: Age, 1994.
______. Português para estrangeiros: nível avançado. Porto Alegre: Age, 1997.
PINTZUK, S. VARBRUL Program. Philadelphia: University of Pennsylvania. Impresso. 1988.
PONCE, M. H. O. de; BURIM, S. R. B. A; FLORISSI, S. Tudo bem: português para a nova geração. vol. 1. São Paulo: Special Book Services Livraria, 2003.
POPLACK, S.; TURPIN, D. Does the futur have a future in (Canadian) french? Probus , v.11, n. 1, p. 133-164, 1999.
SANTOS, A. M. dos. O futuro verbal no português do Brasil em variação. 1997. Dissertação (Mestrado em Lingüística) – Faculdade de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 1997.
SANTOS, J. R. dos. A variação entre as formas de futuro do presente no português formal e informal falado no Rio de Janeiro. 2000. Dissertação (Mestrado em Lingüística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000.
SILVA, A. A sobreposição modal em ir + infinitivo. In: ABAURRE, M.B.M.; RODRIGUES, A.C.S. (Org.). Gramática do Português Falado. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2002. p. 479-495.
TAFNER, E. P. As formas verbais de futuridade em sessões plenárias: uma abordagem sociofuncionalista. 2004. Dissertação (Mestrado em Lingüística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. I. Empirical foundations for a theory of language change. In: LEHMANN, W. P.; MALKIEL, Y. (Ed.) Directions for historical linguistics. Austin: University of Texas Press, 1968.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Revista Brasileira de Linguística Aplicada 2012

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


