Keep calm e mude o código

um estudo de code switching no Facebook

Autores/as

  • Welica Cristina Oliveira Universidade do Estado de Mato Grosso ##default.groups.name.author##
  • Barbara Cristina Gallardo Universidade do Estado de Mato Grosso ##default.groups.name.author##

Palabras clave:

ciberespaço, multilinguismo, code-switching.

Resumen

Este artigo tem como objetivo analisar a incidência do fenômeno code-switching na interação entre falantes bi/multilíngues, na rede social Facebook. Ao considerar o dinamismo e o caráter multimodal da comunicação, compreendemos que é fundamental que a formação de professores de línguas volte-se às discussões sobre os muitos cenários linguísticos advindos da diversidade social e humana. Entre esses cenários está o ciberespaço, onde tecnologia, língua e cultura estão numa relação dialógica diferente da que acontece no espaço físico. No Facebook, por exemplo, percebemos essa relação nas práticas de code-switching, uma possibilidade na comunicação entre falantes bi/multilíngues que têm a capacidade de mudar o código dependendo do interlocutor, do que querem dizer e do que estão sentindo. A possibilidade de rastreamento da Comunicação Mediada por Computador nos permitiu observar como os sujeitos bi/multilíngues se apropriam do ambiente virtual para interagir com amigos de línguas e culturas diferentes e vivenciar essas línguas e culturas, na exposição de suas identidades por meio do code-switching. Os dados coletados durante quatro meses compreendem postagens e interações assíncronas entre esses falantes com/destinadas a amigos bi/multilíngues e também monolíngues. Os resultados apontam as vantagens da flexibilidade linguística de falantes bi/multilíngues, no trânsito entre culturas em um contexto virtual de interação e a atenção que esses sujeitos despendem a esse contexto e à diversidade de interlocutores. O domínio de mais de uma língua e a familiaridade com a rede social virtual onde aconteceram as interações deram maior liberdade e autonomia para que alternassem línguas e, assim, se expressassem de acordo com suas necessidades, sem obedecer estritamente a regras predeterminadas de uma ou outra língua, ou seja, sentiram-se livres para expor por meio da linguagem as culturas que os habitam, tendo em vista as características do meio virtual que desvincula a presença social da presença física.

 

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Biografía del autor/a

  • Welica Cristina Oliveira, Universidade do Estado de Mato Grosso

    Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e da Linguagem

    Departamente de Letras

  • Barbara Cristina Gallardo, Universidade do Estado de Mato Grosso

    Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e da Linguagem

    Departamente de Letras

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Publicado

11-03-2019