O debate sobre Direitos Linguísticos e o lugar do intelectual na luta dos sujeitos falantes de línguas minorizadas
quem são os protagonistas?
Palabras clave:
Direitos Linguísticos, Línguas minorizadas, ProtagonismoResumen
Neste artigo, buscamos promover o debate teórico acerca dos direitos linguísticos e, ao mesmo tempo, problematizar o lugar do linguista nos processos de luta protagonizados pelos sujeitos falantes de línguas historicamente minorizadas. Para isso, apresentamos os argumentos dos autores que defendem os direitos linguísticos de minorias linguísticas e seus pressupostos teóricos, assim como as recentes críticas que têm sido feitas a tal paradigma, de modo a incitar uma reflexão sobre nossas práticas e posicionamentos enquanto teóricos da linguagem que falam de um lugar privilegiado. Concluímos que, no que concerne aos direitos linguísticos e às políticas linguísticas neles implicadas, os próprios sujeitos falantes das línguas minorizadas é que devem protagonizar tais debates, cabendo a nós, intelectuais acadêmicos, o papel de garantir espaços e condições para que a voz desses sujeitos seja ouvida.
Descargas
Referencias
ANDERSON, B. Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e difusão do nacionalismo. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
BELAUSTEGUIGOITIA, M. Descarados y deslenguadas: el cuerpo y la lengua india en los umbrales de la nación. Debate Feminista, México, v. 12, n. 24, p. 230-254, 2001.
BESSA FREIRE, J. R. Da “fala boa” ao português na Amazônia brasileira. Revista Ameríndia, Sorbonne, n. 8, p. 39-83, 1983.
BLOMMAERT, J. Situating language rights: English and Swahili in Tanzania revisited. Journal of Sociolinguistics, Oxford, v. 9, n. 3, p. 390-417, 2005. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1360-6441.2005.00298.x
CANAGARAJAH, A. S. Reclaiming the local in language policy and practice. Mahwah: Lawrence Erlbaum, 2005.
EDWARDS, J. Language revitalization and its discontents: an essay and review of Saving Languages: an introduction to language revitalization. In: GRENOBLE, L.; WHALEY, L. (Ed.). Saving Languages: an introduction to language revitalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 101-120.
FARIAS, E. Educação: alunos Tukano escrevem dissertação de mestrado da Ufam na língua da etnia. Amazônia real. 26 fev. 2016. Disponível em: http://bit.ly/2vjmIIf >. Acesso em: 31 dez. 2016.
FISHMAN, J. Reversing language shift. Clevedon: Multilingual Matters, 1991.
HAMEL, R. E. Derechos lingüísticos como derechos humanos: debates y perspectivas. Alteridades, México, v. 5, n. 10, p. 11-23, 1995.
HORNBERGER, N.; JOHNSON, D. C. Slicing the Onion Ethnographically: Layers and Spaces in Multilingual Language Education Policy and Practice. Tesol Quarterly, Alexandria, v. 41, n. 3, p. 509-532, 2007. DOI: https://doi.org/10.1002/j.1545-7249.2007.tb00083.x
HOBSBAWN, E. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2013.
JACQUEMET, M. Transidiomatic practices: Language and power in the age of globalization. Language and Communication, San Francisco, v. 25, n. 3, p. 257-277, 2005. DOI: https://doi.org/10.1016/j.langcom.2005.05.001
KRAUSS, M. The world’s languages in crisis. Language, Alaska, v. 68, p. 4-10, 1992. DOI: https://doi.org/10.1353/lan.1992.0075
MAKONI, S. Languages and human rights discourses in Africa: lessons from de African experiences. Journal of Multicultural Discourses, Abingdon, v. 7, n. 1, p. 1-20, 2012. DOI: https://doi.org/10.1080/17447143.2011.595493
MAKONI, S.; PENNYCOOK, A. Disinventing and reconstituting languages. In: MAKONI, S.; PENNYCOOK, A. (Org.). Disinventing and reconstituting languages. Bristol: Multilingual Matters, 2007. p. 1-41.
MAY, S. Language rights: moving the debate forward. Journal of Sociolinguistics, Oxford, v. 9, n. 3, p. 319-347, 2005. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1360-6441.2005.00295.x
MOITA LOPES, L. P. Como e por que teorizar o português: recurso comunicativo em sociedades porosas e em tempos híbridos de globalização cultural. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.). O português no século XXI: cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo: Parábola, 2013. p. 101-119.
MORELLO, R. (Org.). Leis e línguas no Brasil: o processo de cooficialização e suas potencialidades. Florianópolis: IPOL, 2015.
NETTLE, D.; ROMAINE, S. Vanishing Voices. Oxford: Oxford University Press, 2000.
OLIVEIRA, G. M. O que quer a linguística e o que se quer da linguística: a delicada questão da assessoria linguística no movimento indígena. Caderno Cedes, Campinas, v. 19, n. 49, p. 26-38, 1999. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32621999000200004
OLIVEIRA, G. M. Brasileiro fala português: monolinguismo e preconceito linguístico. In: SILVA, F. L.; MOURA, H. M. O direito à fala: a questão do preconceito linguístico. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2002. p. 127-136.
OLIVEIRA, G. M. Declaração Universal dos Direitos Linguísticos: novas perspectivas em políticas linguísticas. Campinas: Mercado de Letras, Associação de Leitura do Brasil; Florianópolis: IPOL, 2003.
PILLER, I. Linguistic Diversity and Social Justice: An introduction to Applied Sociolinguistics. New York: Oxford University Press, 2016. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199937240.001.0001
SANTOS, B. S. (Org.). Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2010.
SEVERO, C. G. Línguas e Estados nacionais: problematizações históricas e implicações. In: SEVERO, C.; SITOE, B.; PEDRO, J. Estão as línguas nacionais em perigo? Lisboa: Escolar, 2014. p. 9-36.
SKUTNABB-KANGAS, T.; PHILLIPSON, R. A human rights perspective on Language Ecology. In: CREESE, A.; MARTIN, P.; HORNBERGER, N. (Ed.). Encyclopedia of Language and Education. 2. ed. New York: Springer, 2008. p. 3-14. DOI: https://doi.org/10.1007/978-0-387-30424-3_217
SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
SILVA, J. I. Do mito da língua única à política do plurilinguismo: desafios na implementação de leis de cooficialização linguística em municípios brasileiros. Revista Matraga, Rio de Janeiro, v. 23, n. 38, p. 223-241, 2016a.
SILVA, J. I. Práticas transidiomáticas e ideologias linguísticas no rap guarani-kaiowá: Brô MC’s: a mistura guarani-português como estratégia de negociação social e de luta política. Revista Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 10, n. 4, p. 1424-448, 2016b.
VARENNES, F. The human rights dimension and challenges of linguistic rights. In: INTERNATIONAL CONFERENCE INTEGRATION AND EXCLUSION: LINGUISTIC RIGHTS OF NATIONAL MINORITIES IN EUROPE, 2015, Vilnius. Anais… Vilnius: SNPL, 2015. p. 39-56.
WEE, L. Languages without rights. Oxford: Oxford University Press, 2011.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2018 Revista Brasileira de Linguística Aplicada

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores de artigos publicados pela RBLA mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons BY Attribution 4.0, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado.


