A sílaba na Libras
uma investigação a partir da proposta fonológica MLMov
DOI:
https://doi.org/10.17851/2237-2083.30.3.1238-1277Palavras-chave:
libras, fonologia, sílaba, MLMovResumo
O presente trabalho objetiva investigar a estrutura silábica da libras, a partir de pressupostos estabelecidos sobre as línguas orais e sobre as línguas de sinais, especialmente sobre a American Sign Language (ASL). Para tanto, na tentativa de apontar aspectos relevantes que corroboraram a compreensão da sílaba em libras, retoma-se importantes trabalhos sobre a sílaba nessa língua, como o de Cunha (2011) e o de Aguiar (2013). Neste trabalho, todavia, a base metodológica para tal análise segue o modelo fonológico MLMov (Mão-Locação-Movimento), proposto por Lessa-de-Oliveira (2012; 2019), que estabelece que a estrutura articulatória dos sinais da libras é constituída em quatro níveis hierárquicos. Objetiva-se ainda identificar o núcleo da unidade silábica da libras e descrever se há ou não funcionalidade no Princípio da Sonoridade para identificação desse núcleo. Verifica-se que um critério funcional que dê conta de identificar o núcleo silábico não seria a sonoridade, mas a obrigatoriedade. Como resultados, aponta-se que uma sílaba em libras se constitui de uma unidade MLMov, que poderá ter as seguintes combinações em sua estrutura interna: [MLMov], [ML], [MMov] ou [M]. Dessa forma, compreende-se, por fim, que o segmento presente em todas as unidades MLMov componentes de sinais é Mão, sendo esse, portanto, o núcleo silábico nessa língua.