O cuidado além da saúde: cartografia do vínculo, autonomia e território afetivo na saúde da família
DOI:
https://doi.org/10.35699/reme.v19i1.49593Palavras-chave:
Assistência Centrada no Paciente, Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde, Relações FamiliaresResumo
Esta reflexão propõe-se a discutir o cuidado em saúde e os conceitos de vínculo, autonomia e território como estruturantes das práticas assistenciais, a partir da perspectiva da subjetividade dos pacientes que demandam o cuidado junto à Estratégia de Saúde da Família. Parte-se de uma vivência em que uma equipe assistiu uma paciente com diagnóstico de câncer de mama. A princípio, essa assistência voltou-se para a necessidade de cuidados com uma ferida operatória. Mas a dor física da paciente era menor do que a proporcionada pela ausência da família. Ao decidir descontinuar o tratamento medicamentoso, ela colocou em evidência suas demandas singulares de cuidado que não se enquadravam no escopo de tecnologias ofertadas pelo serviço de saúde até então. Diante dessa demanda os profissionais vivenciaram um processo de ressignificar conceitos, saberes e práticas assistenciais. Novos vínculos foram estabelecidos em um território que não era apenas físico e institucional, mas também afetivo. Respeitar a autonomia da paciente implicou elaborar novas formas de cuidar, além do saber técnico e científico. Com base nessa vivência, percebeu-se que o cuidado em si ultrapassa a oferta de ações e de serviços de saúde. Se considerado na perspectiva de que na atenção à saúde lidamos com sujeitos, com suas vidas e suas perspectivas de cuidado produzidas singularmente, o cuidado em saúde não pode ser subjugado aos procedimentos, às rotinas e protocolos assistenciais. A Estratégia de Saúde da Família se constitui em um locus privilegiado de vivências do cuidado além da própria saúde.Downloads
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