Mortalidade infantil evitável e vulnerabilidade social no vale do jequitinhonha, minas gerais, brasil

Autores

  • Thania Aparecida Gomes da Silva Barbosa Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Belo Horizonte MG , Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Escola de Enfermagem - EE, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública - EMI. Belo Horizonte, MG - Brasil. http://orcid.org/0000-0002-4744-1052
  • Andrea Gazzinelli Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Belo Horizonte MG , Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Escola de Enfermagem - EE, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública - EMI. Belo Horizonte, MG - Brasil. http://orcid.org/0000-0003-2159-7291
  • Gisele Nepomuceno de Andrade Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Belo Horizonte MG , Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Escola de Enfermagem - EE, Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública - EMI. Belo Horizonte, MG - Brasil. http://orcid.org/0000-0003-0433-8351

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-9389.2019.49723

Palavras-chave:

Mortalidade Infantil, Causas de Morte, Indicadores Sociais, Estudos Ecológicos, Vulnerabilidade Social

Resumo

Objetivo: analisar a ocorrência de mortalidade infantil segundo critérios de evitabilidade e de vulnerabilidade social no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Métodos: estudo transversal realizado com dados dos sistemas de informação do Ministério da Saúde, entre 2009 e 2014. Foi considerado o índice de vulnerabilidade social das cidades e as causas de morte foram classificadas conforme lista de causas evitáveis por intervenção do SUS. Foram calculadas as proporções, taxas corrigidas de mortalidade infantil geral e estratificadas. Diferenças foram avaliadas por meio do teste qui-quadrado em todo o período e entre os triênios 2009-11 e 2012-14. Resultados: a taxa de mortalidade infantil média foi de 21,7 óbitos /1.000 nascidos vivos. No total, 69,5% dos óbitos foram classificados como evitáveis. Foram observadas reduções de 34,9 e 26,5% nos óbitos evitáveis por ações de atenção à mulher na gestação (p=0,00) e ao recém-nascido (p=0,04), respectivamente, e aumento de 65,8% nos óbitos evitáveis por ações de atenção à mulher no parto (p=0,01). Foi demonstrada predominância de óbitos evitáveis nos municípios de mais vulnerabilidade social (p=0,00). Conclusões: os resultados destacaram a importância das causas evitáveis relacionadas ao cuidado em saúde no momento do parto e, apesar das reduções observadas, na gestação e ao recém-nascido. Também evidenciaram a maior proporção de óbitos evitáveis na população mais vulnerável. O desafio de reduzir essa mortalidade indica a urgência por ações que visem à redução das desigualdades sociais, bem como a necessidade de melhorias no acesso e na qualidade dos serviços assistenciais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

França EB, Lansky S, Rego MAS, Malta DC, França JS, Teixeira R, et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de Carga Global de Doença. Rev Bras Epidemiol. 2017[citado em 2018 ago. 16];20(1):46-60. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v20sV1980-5497-rbepid-20-s1-00046.pdf

Dias BAS, Santos Neto ET Andrade MAC. Classificações de evitabilidade dos óbitos infantis: diferentes métodos, diferentes repercussões? Cad Saúde Pública. 2017[citado em 2018 set. 10];33(5):e00125916. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00125916

Malta DC, Sardinha LMV, Moura L, Lansky S, Leal MC, Szwarcwald CL, et al. Atualização da lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil. Epidemiol Serv Saúde. 2010[citado em 2018 ago. 10];19(2):173-6. Disponível em: http://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/14517/art_MALTA_Atualizacao_da_lista_de_causas_de_ mortes_2010.pdf?sequence=1

Victora CG, Aquino EML, Leal MC, Monteiro CA, Barros FC, Szwarcwald CL. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. Lancet. 2011[citado em 2018 ago. 10];377(9780):1863-76. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(11)60138-4/fulltext

Gonçalves A, Costa MCN, Paim JS, Silva LMV, Braga JU, Barreto M. Social inequalities in neonatal mortality and living condition. Rev Bras Epidemiol. 2013[citado em 2018 set. 10];16(3):682-91. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300012

Leal MC, Bittencourt SDA, Torres RMC, Niquini RP, Souza Junior PRB. Determinantes do óbito infantil no Vale do Jequitinhonha e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Rev Saúde Pública. 2017[citado em 2018 ago. 16];51:1-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v51/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872017051006391.pdf

Guimarães AQ. Plano de desenvolvimento para o Vale do Jequitinhonha: desafios e direções prioritárias para o desenvolvimento da região. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro; 2017[citado em 2018 ago. 01]. Disponível em: http://sii.fjp.mg.gov.br/02_Apresenta%C3%A7%C3%A3o_PDVJ.pdf

Ministério da Saúde (BR). Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Departamento de Informática do SUS (Datasus). [citado em 2018 dez. 05]. Disponível em: http://www.cnes.datasus.gov.br

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Atlas da vulnerabilidade social nos municípios brasileiros. Brasília: IPEA; 2015[citado em 2018 ago. 11]. Disponível em: http://ivs.ipea.gov.br/images/publicacoes/Ivs/publicacao_atlas_ivs.pdf

Soares GP, Brum JD, Oliveira GM, Klein CH, Silva NA. Mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares em três estados do Brasil, 1980 a 2006. Rev Panam Salud Publica. 2010[citado em 2018 set. 02]28(4):258-66. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/rpsp/2010.v28n4/258-266/

Duncan BB, Stevens A, Iser BP, Malta DC, Silva GA, Schmidt MI. Saúde Brasil 2010: uma análise da situação de saúde e de evidências selecionadas de impacto de ações de vigilância em saúde. Mortalidade por doenças crônicas no Brasil: situação em 2009 e tendências de 1991 a 2009. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

Szwarcwald CL, Morais Neto OL, Frias PG, Souza Junior PR, Escalante JJ, Lima RB, et al. Saúde Brasil 2010: uma análise da situação de saúde e de evidências selecionadas de impacto de ações de vigilância em saúde. Busca ativa de óbitos e nascimentos no Nordeste e na Amazônia Legal: estimação das coberturas do SIM e do SINASC nos municípios brasileiros. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

Nascimento SG, Oliveira CM, Sposito V, Ferreira DKS, Bonfim CV. Mortalidade infantil por causas evitáveis em uma cidade do Nordeste do Brasil. Rev Bras Enferm. 2014[citado em 2018 ago. 25];67(2):208-12. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/0034-7167.20140027

Lisboa L, Abreu DMX, Lana AMQ, França EB. Mortalidade infantil: principais causas evitáveis na região Centro de Minas Gerais, 1999-2011. Epidemiol Serv Saúde. 2015[citado em 2018 ago. 20];24(4):711-20. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ress/v24n4/2237-9622-ress-24-04-00711.pdf

Liu L, Oza S, Hogan D, Perin J, Rudan I, Lawn JE, et al. Global, regional, and national causes of child mortality in 2000-13, with projections to inform post-2015 priorities: an updated systematic analysis. Lancet. 2015[citado em 2018 dez. 05];385(9966):430-40. Disponível em: https://globalresearchnurses.tghn.org/articles/global-regional-and-national-causes-child-mortality-200013-projections-inform-post-2015-priorities-updated-systematic-analysis/

Figueiredo PP, Lunardi Filho WD, Lunardi VL, Pimpão FD. Mortalidade infantil e pré-natal: contribuições da clínica à luz de Canguilhem e Foucault. Rev Latino-Am Enferm. 2012[citado em 2018 set. 02];20(1):1-10. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692012000100026

Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Theme Filha MM, Costa JV, et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014[citado em 2018 set. 06];30(Suppl):S85-100. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v30s1/0102-311X-csp-30-s1-0085.pdf

Nunes JT, Gomes KRO, Rodrigues MTP, Mascarenhas MDM. Qualidade da assistência pré-natal no Brasil: revisão de artigos publicados de 2005 a 2015. Cad Saúde Coletiva. 2016[citado em 2018 set. 02];24(2):252-61. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1414-462X201600020171

Lansky S, Friche AAL, Silva AAM, Campos D, Bittencourt DAS, Carvalho ML, et al. Pesquisa Nascer no Brasil: perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido. Cad Saúde Pública. 2014[citado em 2018 set. 06];30(Suppl):S192-207. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v30s1/0102-311X-csp-30-s1-0192.pdf

Feng XL, Guo S, Hipgrave D, Zhu J, Zhang L, Song L, et al. China's facility-based birth strategy and neonatal mortality: a population-based epidemiological study. Lancet. 2011[citado em 2018 set. 06];378(9801):1493-1500. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(11)61096-9/fulltext

Tura G, Fantahun M, Worku A. The effect of health facility delivery on neonatal mortality: systematic review and meta-analysis. BMC Pregnancy Childbirth. 2013[citado em 2018 set. 06];13(18):1-9. Disponível em: https://bmcpregnancychildbirth.biomedcentral.com/articles/10.1186/1471-2393-13-18

Altman R, Sidney K, Costa A, Vora K, Salazar M. Is institutional delivery protective against neonatal mortality among poor or tribal women? a cohort study from Gujarat, India. Matern Child Health J. 2017[citado em 2018 ago. 28];21:1065-72. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s10995-016-2202-y

Coelho KR. Avaliação do grau de implantação do programa de humanização do parto e nascimento no médio Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais [tese]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Enfermagem; 2014.

Almeida WS, Szwarcwald CL. Mortalidade infantil e acesso geográfico ao parto nos municípios brasileiros. Rev Saúde Pública. 2012[citado em 2018 ago. 12];46(1):68-76. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102012005000003

Bathia M, Ranjan M, Dixit P, Dwivedi LK. Mind the gap: temporal trends in inequalities in infant and child mortality in India (1992-2016). SSM Popul Health. 2018[citado em 2018 set. 10];9(5):201-9. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/325063672_Mind_the_Gap_Temporal_trends_in_Inequalities_in_infant_and_child_mortality_in_India_1992-2016

Shifa GT, Ahmed AA, Yaley AW. Socioeconomic and environmental determinants of under-five mortality in Gamo Gofa Zone, Southern Ethiopia: a matched case control study. BMC Int Health Hum Rights. 2018[citado em 2018 set. 10];18:14. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5830345/

Serruya SJ, Lago TG, Cecatti JG. Avaliação preliminar do programa de humanização no pré-natal e nascimento no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2004[citado em 2018 out. 04];26(7):517-25. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032004000700003

Black RE, Levin C, Walker N, Chou D, Termmerman M. Reproductive, maternal, newborn, and child health: key messages from Disease Control Priorities 3rd Edition. Lancet. 2016[citado em 2018 set. 29];388:2811-24. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00738-8

Publicado

17-02-2020

Como Citar

1.
Barbosa TAG da S, Gazzinelli A, Andrade GN de. Mortalidade infantil evitável e vulnerabilidade social no vale do jequitinhonha, minas gerais, brasil. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 17º de fevereiro de 2020 [citado 26º de julho de 2024];23(1). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/49723

Edição

Seção

Pesquisa

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)