Atendimento em saúde mental na atenção primária à saúde no período pré-reforma psiquiátrica
DOI:
https://doi.org/10.35699/reme.v23i1.49739Palavras-chave:
Enfermagem Psiquiátrica, Saúde Mental, História da Enfermagem, Atenção Primária à SaúdeResumo
Introdução: analisar a atenção em saúde mental na atenção primária à saúde em um município mineiro, na década de 1980. Método: estudo qualitativo, na perspectiva da história do tempo presente. Fontes: documentos escritos e orais obtidos por entrevista com seis profissionais de uma unidade básica de saúde (UBS). Utilizou-se o método indutivo que parte da postura crítica interna e externa das fontes, estabelecendo as relações com o contexto histórico-social em que estavam inseridas. Resultados: os dados resultaram em duas categorias: revelando a realidade manicomial em Juiz de Fora pela narrativa dos profissionais da unidade básica de saúde e relatos dos profissionais sobre dificuldades de compreensão da proposta da reforma e consequências na organização dos serviços e na assistência. Discussão: no período pré-reforma psiquiátrica, o processo de desospitalização determinou uma demanda de atendimento em saúde mental na UBS, a qual não foi devidamente acolhida devido ao despreparo da equipe de saúde. A lógica manicomial guiava o atendimento e não contemplou suficientemente o cuidado às pessoas com transtornos mentais, limitando-se à reprodução de prescrições médicas e encaminhamentos para serviços especializados. Conclusão: a equipe enfrentou, dentro do possível, as dificuldades encontradas e a UBS estudada foi pioneira em atendimento extra-hospitalar em saúde mental, o que mais tarde seria qualificado pela Secretaria Municipal de Saúde Mental de Juiz de Fora.
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