O peso de viver em um corpo obeso
DOI:
https://doi.org/10.35699/reme.v17i4.50204Palavras-chave:
Obesidade, Cultura, Cirurgia BariátricaResumo
O corpo foi sofrendo transformações sociais ao longo dos tempos, numa cultura que molda comportamentos, estabelece regras e formas de convivência, até ser considerado objeto de consumo: o corpo-ideal - magro e saudável. Ao mesmo tempo, a obesidade vem ganhando proporções assustadoras nos índices epidemiológicos. Para tentar se adequar à lógica posta, as pessoas buscam pela cirurgia bariátrica. Assim, o objetivo deste trabalho foi compreender, a partir das experiências de duas mulheres e uma cuidadora, o significado e sentido de viver em um corpo obeso na atual sociedade. A abordagem utilizada foi a qualitativa sustentada nos conceitos da hermenêutica. O diálogo ocorreu por meio da história de vida focal apreendida nas narrativas das participantes, permitindo chegar a duas categorias temáticas: o peso social da obesidade - o corpo não se constitui apenas como peso físico e biológico, mas também, e principalmente, um peso social; renascimento - o peso social é tão grande que, mesmo frente a todos os sofrimentos do processo cirúrgico bariátrico, o retorno dele aos limites normais assume para elas o significado de renascimento, o qual tem o sentido de se incluir na sociedade, na qual a imagem corporal é um "passaporte para a felicidade". Conclui-se que a compreensão da lógica/dinamicidade das necessidades de saúde dessas pessoas pode contribuir para a construção de práticas profissionais mais éticas ao resgatar o cuidado na perspectiva de quem vivencia a obesidade. Recomenda-se a consideração dos saberes sócio-antropológicos no cuidado a pessoas em obesidade como aspecto importante na reconstrução de práticas de saúde a esta população.Downloads
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