“Somos atingidos todos os dias”

os efeitos dos desastres na comunidade de Paracatu de Baixo (MG)

Autores

  • Gabriela de Paula Marcurio Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-770X.2020.21462

Palavras-chave:

Etnografia, Desastre, Minas Gerais

Resumo

O objetivo deste artigo é descrever como a vulnerabilidade das(os) atingidas(os) pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, foi intensificada com o rompimento da barragem B1, em Brumadinho. A partir de pesquisa de campo realizada com a comunidade de Paracatu de Baixo, verifiquei como a rotina foi alterada por outro desastre em Minas Gerais. Meu argumento é que mesmo a lama de rejeitos não alcançando o município de Mariana, os moradores foram perturbados novamente. Um desastre remete ao outro, na medida em que os moradores acionam a memória para compor narrativas do trauma. Seguindo os relatos das(os) atingidas(os) usados em minha etnografia, proponho uma ampliação da noção de “ser atingido”, considerando o tempo como eixo para pensar as transformações na rotina e os impedimentos das formas de viver. Concluo que a noção abrangente e contígua de atingido é fundamental na construção das lutas e das reivindicações das comunidades atingidas pela mineração.

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Publicado

2021-10-01

Como Citar

MARCURIO, G. de P. “Somos atingidos todos os dias”: os efeitos dos desastres na comunidade de Paracatu de Baixo (MG). Revista da UFMG, Belo Horizonte, v. 27, n. 2, p. 56–79, 2021. DOI: 10.35699/2316-770X.2020.21462. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/21462. Acesso em: 15 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos