Cidade - espaço público?
a economia política do consumismo nas e das cidades
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2013.2682Palavras-chave:
Cidade, Espaço público, ConsumismoResumo
O presente texto revê o debate sobre a questão do “público” no contexto das reconfigurações do capitalismo contemporâneo – brasileiro em particular –, identificando os mecanismos pelos quais as cidades tornam-se lugar do consumismo e do consumismo de lugar. Por um lado, observa-se um conflito sobre a configuração do visível, tendo por objeto a distribuição dos espaços privados e públicos, dos assuntos que neles se trata ou não se trata e dos atores que têm ou não motivos para deles se ocupar. Por outro, vemos operar os dispositivos de uma cadeia produtiva do estilo de vida dominante nas cidades, articulando o consumismo “das famílias” ao padrão macroestrutural de utilização do espaço, de seus recursos e das massas de capital em busca de sua rentabilização, disseminando uma determinada concepção do que seja o progresso e o desenvolvimento da nação, fazendo com que a atenção da população restrinja-se à busca de meios para participar do circuito acelerado do consumismo.
Downloads
Referências
ALMEIDA, A. W.; SANTOS, G. S. (Org.). Estigmatização e território: mapeamento situacional dos indígenas em Manaus. Manaus: Casa8, 2008.
ARANTES, O. B. F. Uma estratégia fatal: a cultura nas novas gestões urbanas. In: ARANTES, O. B. F.; MARICATO, E.; VAINER, C. (Org.). A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2000. Tópicos 1 a 4, p. 11-48.
BOLTANSKI, L. El amor y la justicia como competencias: tres ensayos de sociologia de la acción. Buenos Aires: Amorrortu, 2000.
CEFAÏ, D. Qu’est-ce qu’une arène publique? Quelques répères pour une approche pragmatique. In: CEFAÏ, D.; JOSEPH, I. (Org.). L’héritage du pragmatisme: conflits d’urbanité et épreuves de civisme. Paris: La Tour d’Aigues; Éditions de l’Aube, 2003.
CORBIN, A. El perfume o el miasma: el olfato y lo imaginario social: siglos XVIII y XIX. Segunda Parte: Purificar el espacio publico. Mexico: Ed. Fondo de Cultura Económica, 1987. p. 105-152.
DALY, H. E. ; COBB JR.; JOHN, B. For the Common Good: Redirecting the Economy Toward Community, the Environment and a Sustainable Future. Boston: Beacon Press, 1994.
D’AGOSTO, M. C. Construindo consensos: conflitos na privatização de áreas públicas residenciais na cidade do Rio de Janeiro e as novas leis para parcelamento e uso do solo urbano. Dissertação (Mestrado) – IPPUR/UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
HALE, C. R. Does Multiculturalism Menace? Governance, Cultural Rights and the Politics of Identity in Guatemala. Journal of Latin American Studies, Cambridge, 34, p. 485-524, 2002.
HARVEY, D. Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração urbana no capitalismo tardio. Espaço e Debates, São Paulo, 39, p. 48-64, 1996.
LET them eat pollution. The Economist, v. 322, n. 7745, 8 fev. 1992.
MATOS, O. A cidade e o tempo: algumas reflexões sobre a função social das lembranças. In: __________. História viajante: notações filosóficas. São Paulo: Studio Nobel, 1997. p. 118-127.
RANCIÈRE, J. El Dano. In: ALVARAY, R.; NAVET, G.; RUIZ, C. (Org.). Filosofia francesa de Hory. Santiago de Chile: Dolmen Ensayo, 1996a.
RANCIÈRE, J. O desentendimento. São Paulo: Ed. 34, 1996b.
SOUZA, M. A.; FARINA, R. N. Família Sacopã: identidade quilombola e resistência ao racismo e à especulação imobiliária na Lagoa, Rio de Janeiro. In: O’DWYER, E. C. (Org.). O fazer antropológico e o reconhecimento de direitos constitucionais: o caso das terras de quilombo no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: LACED – e-papers, 2012.
VELTZ, P. Temps de l’économie, temps de la ville: les dynamiques. In: OBADIA, A. (Org.). Entre-prendre la ville: nouvelles temporalités, nouveaux services. Ed. L’Aube, 1997. p. 389-399. (Tradução em português In: ACSELRAD, H. A duração das cidades. Rio de Janeiro: DP&A, 1999).