No princípio era a água

Autores

  • Jacyntho Lins Brandão Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-770X.2013.2689

Palavras-chave:

Cosmogonias babilônicas, Cosmogonias hebraicas, Cosmogonias gregas

Resumo

Este trabalho trata das cosmogonias babilônicas que instituem a água como o princípio de tudo, bem como das tradições grega e hebraica delas dependentes. No poema intitulado Enuma elish, escrito provavelmente no século XII a.C., Apsû e Tiamat – a água das fontes e a água do mar, respectivamente – são apresentados como os primeiros deuses, a partir dos quais o mundo ganha forma. Ressalta-se como, provindo de povos que vivem no deserto, esses mitos sublinham o caráter da água como fonte de vida, ao mesmo tempo que elaboram uma imagem do mar como uma força perigosa que é preciso conter em seus limites, tarefa que cabe ao mais jovem dos deuses, responsável pela ordem do mundo.

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Biografia do Autor

Jacyntho Lins Brandão, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Professor de Língua e Literatura Grega da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Publicado

2016-04-11

Como Citar

BRANDÃO, J. L. No princípio era a água. Revista da UFMG, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p. 22–41, 2016. DOI: 10.35699/2316-770X.2013.2689. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/2689. Acesso em: 23 nov. 2024.

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