"Fiz do meu corpo minha própria arte"
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2012.2721Resumo
Teresinha Soares é uma artista mineira que teve atuação exemplar, durante os anos 1960/70, no cenário da arte contemporânea brasileira. Foi vereadora em Araxá na década de 1950, mudando-se posteriormente para Belo Horizonte, onde casou-se, teve cinco filhos e manteve ativa participação na vida cultural e artística da cidade. Publicou a peça “Luno e Lunika no país do futuro”, encenada com sucesso nas principais capitais do país – além de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Defendendo a bandeira libertária em prol dos direitos e desejos das mulheres, apresentou objetos, instalações, happenings e performances, em sintonia com as propostas das novas vanguardas artísticas internacionais da segunda metade do século XX. O corpo surge como eixo transversal de suas propostas artísticas, que se desdobram do corpo feminino ao corpo da terra, enfocando tanto a discussão da sexualidade, do desejo, do papel social da mulher como da paisagem, do meio ambiente e da ecologia. Nesta entrevista, procuramos conversar com Teresinha Soares, indagando seu pensamento, sua atuação e as obras que realizou naquele momento de emergência da contracultura e de questionamento das normas sociais vigentes.