Tempo e paisagem
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2016.2774Palavras-chave:
Paisagem, Tempo, Jardim do tempoResumo
Este ensaio trata da paisagem como espacialização do tempo, que, quando apreendido nos raros jardins que se insurgem no deserto paisagístico do mundo contemporâneo, pode trazer novas possibilidades ao pensamento. Dialogando com filósofos, historiadores da paisagem e artistas, descobre-se como as duas distintas gêneses da paisagem, a de tradição chinesa e a ocidental, tratavam a questão do tempo e do espaço. A primeira dava ênfase à paisagem como conciliação de opostos, um caminho a ser complementado pela imaginação, enquanto a segunda enfatizava os resultados. Tornada hoje hegemônica, a racionalidade ocidental coloca em campos distintos homem e natureza, tempo e espaço, configurando majoritariamente temporaneidades predatórias que se impõem violentamente sobre as lentas temporalidades que qualificam os lugares.