Porvir, ter sido e atualidade

a temporalidade como marca fundamental da possibilidade no horizonte da pandemia

Autores/as

  • Antônio Lucio Túlio de Oliveira Barbosa Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-770X.2021.33316

Palabras clave:

Heidegger, pandemia, temporalidade

Resumen

O intuito do presente ensaio é realizar, a partir da descrição fenomenológico-existencial de Martin Heidegger exposta na obra Ser e tempo, uma reflexão sobre o futuro, no horizonte contemporâneo abatido pela pandemia do coronavírus. Acompanhando a perspectiva hermenêutica heideggeriana, pretendemos contemplar a multiplicidade de caminhos existenciais do porvir, marcados pela historicidade do Dasein na linha contínua da temporalidade. Partindo de algumas disposições fundamentais desse modelo filosófico, aprofundaremos junto ao caráter de poder-ser do homem para suas possibilidades mais originárias em cada momento de ser no tempo, a fim de testar a multiplicidade de experiências outras enfrentadas no agora. Retomando o ter sido na temporalidade por diversas matizes culturais e científicas, especialmente no terreno do pensamento ocidental, almejamos evidenciar, ao final, que as possibilidades mais autênticas de ser, no futuro, exigem, de alguma forma, a desobstrução da calcificação de camadas sedimentadas nos discursos impensados do passado.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Antônio Lucio Túlio de Oliveira Barbosa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Mestrando em Filosofia do Direito, na Universidade Federal de Minas Gerais; Juiz Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. E-mail: antoniolucio@gmail.com

Citas

CAMUS, Albert. A peste. Tradução de Valerie Rumjanek. 29. ed. Rio de Janeiro: Record, 2020.

CASANOVA, Marco Antonio. Compreender Heidegger. 5. ed., 1. reimp. Petrópolis: Vozes, 2017.

_________________________. Mundo e Historicidade. Leituras Fenomenológicas de Ser e Tempo. Existência e mundaneidade. v. 1. Rio de Janeiro: Ed. Via Vérita, 2017.

_________________________. Mundo e Historicidade. Leituras Fenomenológicas de Ser e Tempo. Tempo e historicidade. v. 2. Rio de Janeiro: Ed. Via Vérita, 2019.

_________________________. Eternidade Frágil: ensaio de temporalidade na arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. Via Vérita, 2013.

CHIORO, Artur. Decisões de gestão: organização da atenção hospitalar em rede na pandemia de COVID-19. In: SANTOS, Alethele de Oliveira e LOPES, Luciana Tolêdo (Org.). Planejamento e Gestão v. 2. Brasília: Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2021, p. 174-199.

COSTA, Ana Maria; RIZZOTTO, Maria Lucia Frizon; LOBATO, Lenaura de Vasconcelos Costa. Na pandemia da Covid-19, o Brasil enxerga o SUS. Saúde Debate. Rio de Janeiro, abr-jun. 2020, v. 44, n. 125, p. 289-296. DOI: 10.1590/0103-1104202012500.

GADAMER, Hans-Georg. A universalidade do problema hermenêutico. In: GRODIN, Jean (Org.). O pensamento de Gadamer. Tradução de Enio Paulo Giachini. São Paulo: Paulus, 2012.

GRONDIN, Jean. Hermenêutica. Tradução de Marcos Marcionilo. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Tradução revisada e apresentação de Márcia Sá Cavalcante. 10. ed., 7. reimp. Petrópolis: Vozes, 2020; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2015.

_________________________. Contribuições à filosofia: do acontecimento apropriador. Tradução de Marco Antônio Casanova. 1. ed. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2015.

_________________________. Introdução à filosofia. Tradução de Marco Antonio Casanova; Revisão da tradução por Eurides Avance de Souza; Revisão técnica Tito Lívio Cruz Romão. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

HESPANHA, Pedro. Mal-estar e risco social num mundo globalizado: novos problemas e novos desafios para a teoria social. In: SANTOS, Boaventura de Souza (Org.). A globalização e as ciências naturais. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005, p.161-196.

JOHNS HOPKINS UNIVERSITY: Coronavírus Resource Center. Disponível em: ˂www.coronavirus.jhu.edu/region/brazil˃. Acesso em 21 de abr. de 2021.

LEITE. Marcela Barbosa. A questão da dimensão ética em Ser e tempo. 2. ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 2017.

MARIANO, Cynara Monteiro. Emenda constitucional 95/2016 e o teto dos gastos públicos: Brasil de volta ao estado de exceção econômico e ao capitalismo do desastre. Revista de Investigações Constitucionais. Curitiba, jan./abr. 2017, v. 4, n. 1, p. 259-281.

PLATÃO. Diálogos. Teeteto – Crátilo. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora UFPA, 1988.

REIS, Róbson Ramos dos. Heidegger: origem e finitude do tempo. Dois pontos. Ago. 2005, v. 1, n. 1, p. 99-126. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v1i1

_________________________. Heidegger: a transcendência como jogo. Praxis Filosófica. jan. 1999. v. 10, n. 11, pp. 341-353.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. 1. ed. Coimbra: Edições Almedina, S.A., 2020. ISBN 978-972-40-8496-1.

_________________________. Os processos de globalização. In: SANTOS, Boaventura de Souza (Org.). A globalização e as ciências naturais. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005, p. 25-102.

WERLE, Marco Aurélio. A angústia, o nada e a morte em Heidegger. Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia. Marília/SP, 2003. v. 26, n. 1.

Publicado

2022-07-28 — Actualizado el 2022-07-29

Cómo citar

BARBOSA, A. L. T. de O. Porvir, ter sido e atualidade: a temporalidade como marca fundamental da possibilidade no horizonte da pandemia. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 28, n. 2, p. 126–155, 2022. DOI: 10.35699/2316-770X.2021.33316. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/33316. Acesso em: 27 sep. 2024.

Número

Sección

Filosofia/Utopia