Restauração da Capela de São Bento em Bento Rodrigues
por uma “hontologia” da ruína
DOI:
https://doi.org/10.35699/2316-770X.2020.21480Palavras-chave:
catástrofe, ruína, restauraçãoResumo
Tomando como ponto de partida a catástrofe resultante do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), no ano de 2015, o artigo propõe uma discussão conceitual sobre o trato das ruínas da Capela de São Bento, em Bento Rodrigues (MG), no âmbito da conservação e do restauro arquitetônico. Apostando no potencial inerente às situações limítrofes para tensionar as estruturas do pensamento hegemônico, discute-se, em primeiro lugar, a adequação da teoria de Cesare Brandi para o trato da questão. Num segundo momento, propõe-se ampliar a perspectiva ontológica da ruína, vista em Brandi, na direção de uma hontologia, como definido pelo desconstrutivista Jacques Derrida.
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