v. 6 n. 1 (2025): Limiares destituintes: política, direito, teologia e linguagem (jan/jun 2025)
Dossiê especial

A sombra da Zoé caiu sobre a Bios: vida nua e melancolia em Giorgio Agamben

Reginaldo Oliveira Silva
Universidade Estadual da Paraíba
Biografia

Publicado 14-05-2025

Palavras-chave

  • Giorgio Agamben,
  • Vida nua,
  • Homo sacer,
  • Luto,
  • Melancolia

Como Citar

SILVA, Reginaldo Oliveira. A sombra da Zoé caiu sobre a Bios: vida nua e melancolia em Giorgio Agamben. (Des)troços: revista de pensamento radical, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. e56682, 2025. DOI: 10.53981/destrocos.v6i1.56682. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadestrocos/article/view/56682. Acesso em: 7 jul. 2025.

Resumo

O presente artigo é uma análise do conceito de vida nua, cunhado por Giorgio Agamben, sob a perspectiva da melancolia. Uma articulação do projeto do Homo Sacer, segundo a compreensão de que a vida insacrificável e impunemente matável se configura na política moderna também como proibição do luto. Luto e melancolia são reações comuns à perda de um objeto ou ideal, mas se diferem quando se trata da saída dada à perda. Enquanto um substitui o objeto perdido, a outra o mantém como presença psíquica. Se a vida nua se consuma no Muselmann sob o manto do luto impossível, dele se faz o trabalho da melancolia, ou seja, da internalização da ambivalência existente entre zoé e bios.

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