Apreender a negatividade e destruir as máquinas mitológicas: linguagem, tempo e política a partir da troca de cartas entre Agamben e Jesi
Publicado 25-03-2025
Palavras-chave
- Agamben,
- Furio Jesi,
- negatividade,
- máquina mitológica
Copyright (c) 2025 Vinícius Nicastro Honesko

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Como Citar
Resumo
A partir da troca de cartas entre Giorgio Agamben e Furio Jesi ao longo dos anos 1970, o presente ensaio procura mapear as relações e conexões entre os autores, sobretudo no que diz respeito à questão da negatividade e do mito. Num primeiro momento, situa a produção de Agamben imediatamente posterior ao epistolário com Jesi para, em seguida, explorar como a relação entre eles consolida-se por meio da troca de textos e aferições de proximidades teóricas. Na sequência, aborda alguns pontos centrais no pensamento de ambos: a questão da negatividade e do inapreensível, no caso de Agamben, e, em Jesi, o problema da máquina mitológica e do vazio. Aponta, então, como há uma conexão intrínseca entre ambos por meio da leitura de Walter Benjamin. Por fim, apresenta como a filosofia de Agamben posterior à morte de Jesi carrega marcas indeléveis do pensamento do amigo de cartas.
Downloads
Referências
- AGAMBEN, Giorgio. A ‘noite escura’ de João da Cruz. Flanagens, 12 ago. 2015. Trad. Vinícius Honesko. Disponível em: https://flanagens.blogspot.com/2015/08/a-noite-escura-de-joao-da-cruz-giorgio.html. Acesso em: 17 jan. 2025.
- AGAMBEN, Giorgio. A comunidade que vem. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
- AGAMBEN, Giorgio. A linguagem e a morte: um seminário sobre o lugar da negatividade. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
- AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Trad. Antônio Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
- AGAMBEN, Giorgio. Altissima povertà: regole monastiche e forma di vita. Vicenza: Neri Pozza, 2011.
- AGAMBEN, Giorgio. As lembranças, por favor não. Entrevista concedida a Roberto Andreotti e Federico de Melis. Trad. Vinícius Honesko. Disponível em: https://flanagens.blogspot.com/2016/01/as-lembrancas-por-favor-nao.html. Acesso em: 17 jan. 2025.
- AGAMBEN, Giorgio. Autorritratto nello studio. Roma: Nottetempo, 2017.
- AGAMBEN, Giorgio. Categorias Italianas: Estudos de poética e literatura. Trad. Vinícius Honesko e Carlos E. S. Capela. Florianópolis: Ed. Ufsc, 2014.
- AGAMBEN, Giorgio. Che cos’è la filosofia. Macerata: Quodlibet, 2016.
- AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. Trad. Selvino Assmann. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
- AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua, I. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
- AGAMBEN, Giorgio. Ideia da prosa. Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
- AGAMBEN, Giorgio. Il corpo della língua: esperruquancluzelubelouzerirelu. Torino: Einaudi, 2024.
- AGAMBEN, Giorgio. Il silenzio del linguaggio. In: BETTIOLO, Paolo (org.). Margaritae: Testi siriaci sulla preghiera. Trad. do sírio: Paolo Bettiolo. Veneza: Arsenale Editrice, 1983. pp. 70-79.
- AGAMBEN, Giorgio. Il silenzio delle parole. In: BACHMANN, Ingeborg. In cerca di frase vere. Trad. it. Cinzia Romani. Roma-Bari: Laterza, 1989. pp. V-XV.
- AGAMBEN, Giorgio. Infância e História: Destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
- AGAMBEN, Giorgio. La lingua che resta: il tempo, la storia, il linguaggio. Torino: Einaudi, 2024.
- AGAMBEN, Giorgio. La voce umana. Macerata: Quodlibet, 2023.
- AGAMBEN, Giorgio. O irrealizável: por uma política da ontologia. Trad. Vinícius Honesko. Belo Horizonte: Âyiné, 2024.
- AGAMBEN, Giorgio. O que é um mistério? Trad. Vinícius Honesko. Sopro: panfleto político-cultural, Florianópolis, n. 63, dez. 2011. Disponível em: https://culturaebarbarie.org/sopro/outros/misterio.html. Acesso em: 17 jan. 2025.
- AGAMBEN, Giorgio. O silêncio da linguagem. Trad. Vinícius Honesko. FronteiraZ: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, São Paulo, n. 11, pp. 292-300, 2013.
- AGAMBEN, Giorgio. O silêncio das palavras. Flanagens, 4 ago. 2012, Trad. Vinícius Honesko. Disponível em: https://flanagens.blogspot.com/2012/08/o-silencio-das-palavras.html. Acesso em: 17 jan. 2025.
- AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Trad. Selvino Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.
- AGAMBEN, Giorgio. Sobre os limites da violência. Trad. Diego Cervelin. Sopro: panfleto político-cultural, Florianópolis, n. 79, out. 2012. Disponível em: https://culturaebarbarie.org/sopro/outros/violencia.html. Acesso em: 16 jan. 2025.
- AGAMBEN, Giorgio. Uso dos corpos: homo sacer, IV, 2. Trad. Selvino Assmann. São Paulo: Boitempo, 2017.
- BLANCHOT, Maurice. La communauté inavouable. Paris: Minuit, 1983.
- CAVALLETTI, Andrea. Conoscibilità di Bachofen. In: JESI, Furio. Bachofen. Org. Andrea Cavalletti. Torino: Bollati Boringhieri, 2005. pp. VII-XXX.
- JESI, Furio. A festa e a máquina mitológica. Trad. Vinícius Honesko. Boletim de Pesquisas NELIC, v. 14, n. 22, pp. 26-58, 2014.
- JESI, Furio. Cognoscibilità della festa. In: JESI, Furio. Il tempo della festa. Org. Andrea Cavalletti. Roma: Nottetempo, 2013. pp. 61-115.
- JESI, Furio. Cultura de direita. Org. Andrea Cavalletti. Trad. Davi Pessoa. Belo Horizonte: Âyiné, 2021.
- JESI, Furio. Gastronomia mitológica. Trad. Vinícius Honesko. Sopro: panfleto político-cultural, Florianópolis, n. 52, 2011. Disponível em: https://culturaebarbarie.org/sopro/arquivo/gastronomia.html. Acesso em: 17 jan. 2025.
- JESI, Furio. Károlyi Kerényi I. In: JESI, Furio. Materiali mitologici: mito e antropologia nella cultura mitteleuropea. Torino: Einaudi, 2001. pp. 3-53.
- JESI, Furio. Leitura do Bateau ivre de Rimbaud. Tradução de Fernando Scheibe e Vinícius N. Honesko. Outra Travessia, Florianópolis, n. 19, v. 1, pp. 61-76, 1º sem. 2015.
- JESI, Furio. Letteratura e mito. Milano: Einaudi, 1981.
- JESI, Furio. Simbolo e silenzio. In: JESI, Furio. Letteratura e mito. Milano: Einaudi, 1981.
- JESI, Furio. Spartakus: simbologia da revolta. Tradução de Vinícius Honesko. São Paulo: N-1, 2018.
- NANCY, Jean-Luc. A comunidade inoperada. Tradução de Soraya Guimarães Hoepfner. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2016.