Africanias em encruzilhada

a presença preta na música vocal de concerto - um relato autoetnográfico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/1.1.2023.48616

Palavras-chave:

Africanias, Música Vocal Brasileira, Música afro-brasileira, Performance

Resumo

Este trabalho descreve os caminhos percorridos na pesquisa, preparação e performance de um recital afro-centrado, a partir de abordagem metodológica desenvolvida pelo grupo de pesquisa Africanias UFRJ, cruzando informações a respeito da peça selecionada (obra, compositor ou letrista) com a ementa e o programa curricular obrigatório do curso de bacharelado em canto. Foram selecionadas obras que apresentassem um dos seguintes aspectos: traços linguísticos, discursivos, musicais ou histórico-documentais que assegurassem a representatividade preta na música vocal de concerto. Além disso, foi realizada uma autoetnografia do recital, registrada em diário de campo. Com este trabalho, ilustramos a importância de, a partir de diferentes epistemologias, trazer perspectivas e abordagens para a performance da música vocal, ampliando as possibilidades desse campo de saber.

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Biografia do Autor

Andrea Adour, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Mestra em Música - Canto pela UFRJ, onde defendeu a dissertação A Dobra: o resgate da poética perdida no percurso histórico da música; e Doutora em Educação pela UFMG, onde defendeu a tese Vissungo: o cantar banto nas Américas. Foi professora substituta na UFRJ, na UERJ e na UFMG. Em 2006 ingressou como professora efetiva na UFOP, e em 2013 foi redistribuída para a UFRJ, onde é Professora do Departamento Vocal. Foi Coordenadora da Licenciatura em Música entre 2014 e 2015, Vice-Diretora entre 2015 e 2019, e Diretora da Extensão da Escola de Música da UFRJ entre 2019 e 2020. Como intérprete, privilegia o repertório camerístico dos séculos XX e XXI, sobretudo a música brasileira. Destaca-se seu trabalho, há 25 anos, com o Duo Adour: Andrea Adour, voz, e Fabio Adour, violão. Na Pós Graduação, é coordenadora do Projeto Africanias: a música vocal brasileira e a relação Brasil-África (2015) e do Grupo de Pesquisa Africanias. Pesquisa a música vocal brasileira desde 2004.

 

Paulo Maria

Natural de Nilópolis, Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos em música aos 11 anos, na rede Faetec Nilópolis, no curso de musicalização infantil, onde teve aulas de teoria musical, flauta doce e teclado, e, posteriormente, de piano, na Escola de Música de São João de Meriti. Aos 15 anos começou iniciou seus estudos de canto lírico, sob orientação do professor Jonas Maia, na FAETEC e no projeto Africanias, em parceria com a UFRJ. Sob sua supervisão, participou de diversas apresentações pelo estado do Rio de Janeiro. Com 17 anos, ingressou no curso de bacharelado em canto da UFRJ, recebendo orientação da Profª Dra. Andrea Adour. Participou de diversos concertos com o Grupo Chão de Folhas.  No seu repertório operístico há o personagem Zé Botina, da ópera Maroquinhas Frufru, levada à cena pelo projeto ‘‘A escola vai à ópera’’ da UFRJ;Masetto, da ópera Don Giovanni, interpretado no Estúdio VOCE; Dulcamara, da ópera L’Elisir d'amore; Mill, da ópera La cambiale di matrimonio, pelo projeto ‘‘Ópera na UFRJ’’, o professor Pausanias da ópera Une education manquee, pelo projeto ‘‘Ópera Studio UFRJ’’. Paulo Maria fez estreia mundial do personagem-título da ópera A nova roupa do imperador do compositor Sven Kristersson, e o personagem André Rebouças em O engenheiro de Tim Rescala. Em 2022 participou da estreia brasileira da ópera Le vin herbé de Frank Martin. Neste mesmo ano, foi agraciado com o Prêmio Revelação no I Concurso de Canto Joaquina Lapinha, direcionado a cantores pretos, pardos e indígenas.

Referências

- Livros

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Capítulo de livro

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- Partitura manuscrita

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- Vídeo

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Publicado

01-12-2023

Como Citar

Adour, A., & Maria, P. (2023). Africanias em encruzilhada: a presença preta na música vocal de concerto - um relato autoetnográfico. Revista De Música Vocal Erudita Brasileira, 1(1), 1–18. https://doi.org/10.35699/1.1.2023.48616

Edição

Seção

Artigos