TRABALHO DOCENTE NO PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (PROJOVEM URBANO)

DA PRÁXIS EM CONSTRUÇÃO À REIFICAÇÃO DOS EDUCADORES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-037X.2022.39981

Palavras-chave:

Trabalho Alienado, Educadores de Jovens e Adultos, Projovem Urbano

Resumo

A criação da Política Nacional da Juventude (PNJ) consolidou a democratização do acesso ao ensino fundamental, resgatando o debate acerca da formação de educadores de jovens e adultos no Brasil. Em 2005, o governo federal instituiu o programa de formação inicial e continuada para adaptar os docentes à proposta pedagógica do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano). De fato, existia uma lacuna a ser preenchida, dada a necessidade de modificar o perfil alfabetizador perpetuado historicamente na EJA. Nessa direção, o artigo investigou os novos sentidos do trabalho docente, especificamente, a formação inicial e continuada. Para isso, recorremos ao materialismo histórico dialético, de modo a revelar os fios invisíveis entre o direito à educação e o dever de educar do Estado. O resultado da pesquisa qualitativa realizada através de levantamento bibliográfico e análise documental aponta para realidades distintas, reafirmando a precarização do trabalho docente frente às exigências do “educador polivalente”; de formação aligeirada; de critérios político-eleitoreiros para escolha de docentes etc. Notadamente, as formas de apropriação do programa pela “pequena política” reforçaram o distanciamento entre a teoria e a prática, ou seja, os objetivos do programa e a necessidade social dos trabalhadores docentes, refletindo na qualidade social da educação dos jovens e adultos trabalhadores.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leandro Gaspar, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação pela Universidade
Federal Fluminense (UFF). Professor de Educação Básica na Prefeitura de Santos.

Referências

ARAÙJO, Ronaldo; ARAÙJO, Maria Auxiliadora. Trabalho Docente Precarizado versus Discurso Qualificante no Projovem de Belém – PA. VII Seminário Redestrado – Nuevas Regulaciones en América Latina. Buenos Aires, 3, 4 e 5 de julho de 2008.

ARROYO, Miguel. Formar educadoras e educadores de jovens e Adultos. (In.) SOARES, Leôncio. (Org.). Formação de Educadores Jovens e Adultos. Autêntica. SECAD-MEC/UNESCO. 2006. Disponível em: http://forumeja.org.br/un/files/Formacao_de_educadores_de_jovens_e_adultos_.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022.

BARBOZA, Jamille; SANTOS, Cléber; ARAÙJO, Manuela. Interdisciplinaridade no Projovem Urbano: uma prática em construção. In: Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, 5. Anais. São Cristóvão. 2011. Disponível em: https://ri.ufs.br/handle/riufs/10480?mode=full. Acesso em: 07 jan. 2022.

BASSO, Itacy. Significado e sentido do trabalho docente. Cad. CEDES vol. 19, nº 44. Abril. 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-32621998000100003. Acesso em: 07 jan. 2022.

BRASIL. Lei nº 11.692, de 10 de junho de 2008a. Dispõe sobre o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - Projovem, instituído pela Lei no 11.129, de 30 de junho de 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11692.htm. Acesso em: 07 jan. 2022.

BRASIL. Projeto Pedagógico Integrado do Projovem Urbano. Secretaria Geral da Presidência da República. Secretaria Nacional da Juventude. Brasília. 2008b. Disponível em: http://docplayer.com.br/29467643-Projeto-pedagogico-integrado-do-projovem-urbano.html. Acesso em: 07 jan. 2022.

BRASIL. Plano Nacional de Formação para Gestores, Formadores e Educadores do Projovem Urbano. Secretaria Geral da Presidência da República. 2008c.

BRASIL. Manual do Educador do Projovem Urbano: Orientações Gerais. Secretaria Nacional da Juventude. 2012. Disponível em: https://docplayer.com.br/50635823-Manual-do-educador-orientacoes-gerais.html. Acesso em: 07 jan. 2022.

FERREIRA, Maria Inês. Educadores e a implementação de diretrizes contra desigualdades: o caso do Projovem Urbano. Educ. Pesquisa. São Paulo, v. 39, n. 1, p. 161-175, jan./mar. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022013000100011. Acesso em: 07 jan. 2022.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 3: Maquiavel. Notas sobre o Estado e a Política. Ed.: Civilização Brasileira. 3ª edição. 2007.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 2: Os intelectuais. O princípio educativo. Jornalismo. Ed.: Civilização Brasileira. 3ª edição. 2014.

IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 6ª edição. Editora Cortez. São Paulo. Coleção Questões da nossa época, v. 77. 2006.

MACEDO, Paula. O Projovem e a alienação do trabalho docente. Colóquio Internacional Marx e o Marxismo. De O capital à Revolução de Outubro (1867 – 1917). 2017. Disponível em: https://www.niepmarx.blog.br/MManteriores/MM2017/anais2017/MC76/mc762.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022.

MACIEL, Karen. O Projovem pelo olhar de educandos e educadores na cidade do Rio de Janeiro: potencialidades emancipatórias. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Disponível em: https://docs.google.com/file/d/0B-sE2Ar37CoNb1FWTl9kc3pPOFU/edit?resourcekey=0-pHErP2TcYMh3ihe09cXLnA. Acesso em: 07 jan. 2022.

MARX, Karl; Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã. Ed.: Boitempo. São Paulo. 2007.

MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos. Editora Boitempo. São Paulo. 2010.

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 29ª edição. Civilização Brasileira. 2011.

MÈSZÁROS, István. A Teoria da Alienação em Marx. Editora Boitempo. 2006.

MIRANDA, Kênia. Trabalho Intelectual e Consciência de Classe. Colóquio Marx e o Marxismo 2011: teoria e prática. Universidade Federal Fluminense – Niterói – RJ – de 28/11/2011 a 01/12/2011. Disponível em: https://niepmarx.blog.br/MManteriores/MM2011/TrabalhosPDF/AMC462F.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022.

SAVIANI, Demerval. Sobre a natureza e especificidade da educação. Revista Germinal: Marxismo e Educação em Debate. Salvador, v. 7, n. 1, p. 286-293, jun. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.9771/gmed.v7i1.13575. Acesso em: 07 jan. 2022.

VERÍSSIMO, Ana Maria. Representações sociais de educadores do Projovem sobre sua prática pedagógica no programa. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estácio de Sá. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp111317.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022.

VIGANO, Samira. Constituições identitárias no Projovem Urbano de Santa Catarina: um olhar na docência. 2014. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129530. Acesso em: 07 jan. 2022.

Downloads

Publicado

2023-01-24

Como Citar

GASPAR, L. TRABALHO DOCENTE NO PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (PROJOVEM URBANO): DA PRÁXIS EM CONSTRUÇÃO À REIFICAÇÃO DOS EDUCADORES. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 162–181, 2023. DOI: 10.35699/2238-037X.2022.39981. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/39981. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS