A (NÃO) EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA PERIFÉRICA PARA A CIDADANIA

POR SABERES E FAZERES DECOLONIAIS E EMANCIPATÓRIOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2238-037X.2022.41238

Palavras-chave:

Educação infantil, Periferia, Cidadania, Decolonialidade, Emancipação

Resumo

Esta pesquisa buscou compreender o que dizem e fazem professoras e famílias da comunidade escolar de uma instituição de educação infantil da periferia quanto a educação das crianças de três anos para o exercício da cidadania. Os objetivos específicos foram: a) conceituar o que são sujeitas e sujeitos da comunidade escolar de uma instituição de educação infantil da periferia; b) conceituar o que é cidadania e sua relação com as lutas emancipatórias; c) discutir as concepções de cidadania das professoras e das famílias de crianças de três anos de uma turma de creche da educação infantil; d) identificar como a cidadania se materializa ou não nas ações cotidianas no contexto da instituição de educação infantil e familiar-social das crianças da turma de creche 3 pesquisada; e e) analisar como as concepções das famílias e professoras sobre a cidadania se relacionam com a educação das crianças oprimidas-periféricas. Trata-se de pesquisa qualitativa que articula em toda discussão os campos teóricos e empíricos com base na ético-ontoepistemologia ativista dos estudos decoloniais-emancipatórios e no método do estudo de caso etnográfico. Na parte teórica analisou-se, principalmente, a relação entre cidadania, periferia e educação infantil. Na empírica, análise de documentos, observação participante no período de agosto a dezembro de 2019 junto a uma turma de crianças de três anos do Centro Infantil Municipal Palmares, em Betim-MG, e entrevistas com três professoras e cinco famílias. Conclui-se que o CIM Palmares é uma comunidade escolar periférica, as crianças e famílias possuem o perfil de baixa renda (95,14%), crianças negras (58,5%), sendo que muitos pais (25,4%) e mães (19,2%) das crianças não concluíram a educação básica e um alto percentual de crianças e famílias não possuem lar próprio (41%). A educação das crianças é realizada sob a encruzilhada, em que, mesmo quando os processos educativos estão influenciados por normalizações, padrões de comportamento, moralizações, prevenções à marginalidade ou relacionado aos discursos que conformam os modos de ser, poder e saber na sociedade do projeto moderno-capitalista-colonizador-eurocêntrico; há também na práxis dos sujeitos periféricos potencialidades educativas contra-colonizadoras/de(s)colonizadoras e emancipatórias junto das crianças, visto que buscam ensiná-las os caminhos da solidariedade, da consciência crítica, do empoderamento, do antirracismo e da convivência coletiva.

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Biografia do Autor

Otavio Henrique Ferreira da Silva, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)

Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais, Graduação em Pedagogia pela Universidade de Uberaba. Professor do Departamento de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais

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Publicado

2023-01-24

Como Citar

SILVA, O. H. F. da. A (NÃO) EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA PERIFÉRICA PARA A CIDADANIA: POR SABERES E FAZERES DECOLONIAIS E EMANCIPATÓRIOS. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 199–200, 2023. DOI: 10.35699/2238-037X.2022.41238. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/41238. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

RESUMOS