Arqueologia sensorial na Amazônia brasileira

percepções em um trajeto noturno à praça do Carmo, centro histórico de Belém

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.26189

Palavras-chave:

Arqueologia Sensorial, Antropologia Urbana, etnografia de rua, Praça do Carmo, Amazônia, Brasil

Resumo

O objetivo deste estudo é trazer percepções e reflexões sobre hodiernas apropriações ocorridas na centenária Praça do Carmo, no Centro Histórico patrimonializado da cidade de Belém, Amazônia brasileira.  A referida praça se insere como recorte do objeto central da pesquisa por meio de enfoques alicerçados em dois distintos aspectos: o primeiro, a partir de experiências sensoriais observadas na paisagem noturna; e o segundo, como direcionamento teórico, que entrelaça diferentes perspectivas disciplinares ao conectar abordagens práticas e simbólicas de construções coletivas e individuais em um espaço público tombado e socialmente segregado. A etnografia de rua, como metodologia da Antropologia Urbana, balizou o trajeto noturno percorrido em importantes sítios arqueológicos amazônicos como a Estação das Docas, o Mercado do Ver-o-Peso, o Complexo Feliz Lusitânia, e a Praça do Carmo; e proporcionou, a partir da Arqueologia Sensorial, o alicerce do processo de aproximação perceptiva do objeto estudado com pessoas e suas interações com a materialidade do passado por intermédio de práticas cotidianas que possibilitaram o apresentar de reflexões de cunho científico.

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Publicado

2022-01-13

Como Citar

Figueiredo, C. (2022). Arqueologia sensorial na Amazônia brasileira: percepções em um trajeto noturno à praça do Carmo, centro histórico de Belém. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 16(1), 3–25. https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.26189

Edição

Seção

Artigos