Por uma arqueologia social urbana emergente para o município de São Raimundo Nonato-PI
DOI :
https://doi.org/10.31239/v49s0m56Mots-clés :
Arqueologia social urbana, Emancipação política, Zona urbanaRésumé
São Raimundo Nonato, com um pouco mais de um século de emancipação política, teve sua zona urbana originada pela instalação das fazendas de gado dos portugueses e pela chegada dos jesuítas no século XIX, o que gerou conflitos com as populações originarias que habitavam a região. A partir desses eventos, surgiram as primeiras construções coloniais, incluindo uma igreja que se tornou o núcleo do futuro centro urbano. A presença humana na região remonta às populações indígenas genericamente conhecidas como tapuias, que enfrentaram conflitos de resistência e com o decorrer do tempo foram assimilados pela colonização. Estudos históricos, arqueológicos e linguísticos associam esses povos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê, além de registrarem a presença de outros povos, como os Caraíbas e, em menor escala, os Tupis. Além disso, o município é reconhecido mundialmente por sua conexão com o Parque Nacional Serra da Capivara, que abriga um vasto patrimônio arqueológico, paisagístico e cultural, englobando parte da zona rural do município de São Raimundo. No entanto, esta pesquisa busca levantar alguns pontos emergentes reconhecidos pela Arqueologia Social Urbana como alternativa de salvaguardar essas memórias e o patrimônio urbano que se encontra em processo de descaracterização com os eventos da globalização.
Références
Abreu, R. (2007). Patrimônio cultural: tensões e disputas no contexto de uma nova ordem discursiva. Em Seminários temáticos: arte e cultura popular (pp. 54-63). Rio de Janeiro: Museu Casa do Pontal.
Alepi (2012). Projeto de Lei Nº 79/12. Declara o município de São Raimundo Nonato-PI como a “Capital da Arqueologia”.
APL (2023). Acadêmicos visitam local da primeira fazenda do Piauí. Disponível em: . [cons. 04 nov. 2024].
Arantes, O., Vainer, C., & Maricato, E. (2000). A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes.
Archangelo, A. L., & Silva, R. H. T. (2023). Hospitalidade e turismo cultural: estudo de caso no bairro pelourinho, Salvador-BA. Em Moura, A. M., Alves, D. I., & Corrent, N. (orgs.). Ciências sociais aplicadas: teoria, prática e metodologia, (pp. 19-23). Ponta Grossa: Atena Editora.
Arenas, I.V., & Sanoja, M. (1999). Archaeology as a social science in Latin America. Em Politis, G., & Alberti, B. (eds.). Archaeology in Latin America. New York: Routdlege.
Bate, L. F. (1982). Hacia la cuantificación de las fuerzas productivas. Boletín de Antropología Americana, 6, 17-24.
Bate, L. F. (1992). Las sociedades cazadoras-recolectoras pre-tribales o el “Paleolítico Superior” visto desde Suramérica. Boletín de Antropología Americana, 25, 105-155.
Benavides, O. H. (2011). Retornando à origem: arqueologia social como filosofia Latino-Americana. Revista Terceiro Incluído, 1(2), 164-192.
Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. [cons. 30 abr. 2025].
Brasil (2001). Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1. Brasília, DF, ano 138, n. 132, pp. 1-4. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. [cons. 30 abr. 2025].
Bourdieu, P. (1990). The Logic of practice. Stanford: Stanford University Press.
Chaves, M. (1998). O índio no solo piauiense. Em Obra completa. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves.
Funari, P. P. A. (2003). Arqueologia histórica e patrimônio cultural. Santos: Anna blume.
Funari, P.P.A., & Bezerra, M. (2013). Arqueologia pública na América Latina. Em Machado, G., Souza F. C. A., & Steinbach, J. (orgs.). Educação patrimonial e arqueologia pública: experiencias e desafios. Itajaí: Casa Aberta Editora.
Frúgoli Jr. H. (2011). Esboços de uma trajetória: cidade, pesquisa, universidade. Iluminuras, 12(28), 18-40.
Geuss, R. (1981). A ideia de uma teoria crítica: Habermas e a Escola de Frankfurt. São Paulo: Ed. da UNESP.
González, A. (2010). Archaeology and social justice in Latin America. Archaeologies, 6(1), 30-55.
Guidon, N. (1991). Serra da Capivara: homem do Nordeste? Petrópolis: Vozes.
Guidon, N., & Delibrias, G. (1986). Carbon-14 dates point to man in the Americas 32,000 years ago. Nature, 321, 769-771.
Guidon, N., Pessis, A. M., & Martin, G. (2009). Pesquisas arqueológicas na região do Parque Nacional Serra da Capivara e seu entorno (1998-2008). Fumdhamentos, 8, 1-61.
Halbahws, M. (1968). A memória coletiva. São Paulo: Editora Revista dos tribunais.
Hodder, I. (ed.) (1982). Symbolic and structural archaeology. Cambridge: Cambridge University Press.
Hodder, I. (1984). Archaeology in 1984. Antiquity, 58, 25-32.
Hodder, I. (1985). Processual archaeology. Em Schiffer, M. B. (ed.). Advances in archaeological method and theory, vol. 8 (pp. 1-26). Orlando: Academic Press.
Leone, M. (1988). The Georgian Order as the Order of Merchant Capitalism in Annapolis, Maryland. Em Leone, M., & Potter, B. (eds). In the recovery of meaning: historical archaeology in the Eastern Unites States (pp. 263-292). Washington D. C.: Smithsonian Institution Press.
Lima, N. C. (org) (2020). Páginas da História do Piauí colonial e provincial. Teresina: EDUFPI.
Lumbreras, L. (1981). La arqueología como ciencia social. Lima: Ediciones Histar.
Monteiro, J. M. (1994). Negros da terra: Índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras.
Neves, E. G. (2013). Arqueologia da Amazônia. Rio de Janeiro: Zahar.
Nunes, O. (2007). Pesquisa para a história do Piauí: Pré-história. Primeiros contatos com a terra. Primórdios da colonização e ausência de governo. Primeiros governos. Teresina: FUNDAPI, Fundação Cultural Monsenhor Chaves.
Oliveira, A. S. de N. (2007). O povoamento Colonial do Sudeste do Piauí: indígenas e colonizadores, conflitos e resistência. Dissertação (Doutorado). Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Oliveira, R. (2010). História indígena e do indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: FGV.
Parenti, F. (2001). Le gisement quaternaire de Pedra Furada (Piauí, Brésil): stratigraphie, chronologie, évolution culturelle. Paris: Editions Recherche sur les Civilisations.
Pollack, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, 2(3), 3-15.
Renfrew, C. (1978). Approaches to Social Archaeology. Edinburgh: Edinburgh University Press.
Trigger, B. G. (2006). A History of Archaeological Thought. Cambridge: Cambridge University Press.
Villalta, L. C. (2009). História do Piauí: Do Período Colonial à Emancipação Política. São Paulo: Editora Atlas.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Marlene dos Santos Costa, Shilton Paes Ribeiro Alves, Alessandra Rocha da Silva 2025

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.

O trabalho Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica de https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em https://periodicos.ufmg.br/index.php/vestigios/index.