Urbano versus suburbano como reconfigurações do colonialismo na comunidade da Boa Esperança - Teresina (PI/Brasil)
proposta de uma arqueologia socialmente engajada
DOI:
https://doi.org/10.31239/4b00pa13Palavras-chave:
Arqueologia socialmente engajada, Processos de urbanização, Comunidade da Avenida Boa EsperançaResumo
Este trabalho é uma proposta de busca por uma arqueologia mais socialmente engajada, que visa discutir e sugerir possibilidades para a construção de uma disciplina que esteja alinhada e conectada com a realidade das pessoas no presente. Partimos das contribuições da arqueologia para o estudo do colonialismo, do imperialismo e da reprodução de uma herança hegemónica no neoliberalismo, almejando superar as configurações desse sistema -impostas nas existências e espaços do presente- por meio da insubordinação epistemológica. Com foco nos problemas e questões que afetam as cidades no presente, e pensando nos processos de urbanização que têm reconfigurado o espaço urbano, trazemos a comunidade da avenida Boa Esperança, Teresina (Piauí - Brasil), como exemplo de enfrentamento ao neoliberalismo. Essa é uma comunidade que, ao se ver ameaçada pelo avanço do urbanismo neoliberal, construiu um museu comunitário como estratégia de luta, buscando, por meio da dimensão afetiva com sua própria história e seu patrimônio, assumir uma postura insurgente. A partir das agendas e articulações da comunidade e suas ações para a implantação do Museu da Resistência da Boa Esperança é que ensaiamos uma arqueologia mais social, na qual nos colocamos no lugar de escuta e aprendizagem e, ao nos afetarmos pelas vivências com a comunidade, buscamos nos distanciar da dinâmica tradicional de via de mão única da arqueologia tradicional.
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