Arqueologia da destruição
o resgate do material arqueológico do Forte Príncipe da Beira após o incêndio do Museu Nacional
DOI :
https://doi.org/10.31239/vtg.v14i2.26089Mots-clés :
Arqueologia da Destruição, Forte Príncipe da Beira, Museu Nacional, avaliação pós-incêndio, AmazôniaRésumé
Este artigo apresenta um estudo sobre o impacto da destruição causada pelo incêndio do Museu Nacional de 2018 à coleção arqueológica do Forte Príncipe da Beira, recuperada dos escombros do Palácio de São Cristóvão durante a campanha de resgate no início de 2019. O material arqueológico procedente dessa fortaleza amazônica situada no Vale do Guaporé consistia em mais de 7.000 fragmentos de metal, vidro, cerâmica, faiança fina e portuguesa, grés, porcelana e lítico, com uma datação média entre finais do século XVIII e meados do século XIX. O artigo trata, portanto, dos principais desafios metodológicos e alternativas encontradas durante o processo de resgate, reinventariação e conservação. Inicialmente concebida como simples requisito técnico e administrativo, a avaliação dos danos derivados do incêndio terminou por produzir valiosos dados sobre a manufatura, a reação ao fogo e a resistência dos diversos tipos de materiais que conformavam a coleção. Finalmente, ao situar o incêndio do Museu Nacional e os resultados da campanha de resgate no âmbito teórico da Arqueologia da Destruição, este estudo contribui para a problematização das intervenções arqueológicas em áreas e contextos considerados de “desastre”, iluminando novas formas de tratar e conservar os materiais procedentes das campanhas de resgate.
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