Peixes não habitam palácios

uma análise sobre o patrimônio arqueológico histórico e as mudanças climáticas no litoral sudeste

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.31239/vtg.v17i2.41701

Mots-clés :

patrimônio cultural, mudanças climáticas, sustentabilidade

Résumé

Entre os pesquisadores da arqueologia e do patrimônio, há inúmeras leituras sobre como gerar engajamento das comunidades e dos bens estudados para promover uma proteção e significação efetiva do sítio. Em especial, no campo do patrimônio edificado, existe uma linha argumentativa que defende a premissa de que “o que é ocupado é mais preservado”, sugerindo que a ocupação de edifícios históricos para fins culturais e/ou sociais os torna mais sustentáveis, amplificando as chances de preservação do bem. Mas, o que fazer quando as ameaças envolvem reações sistêmicas de abrangência global, como é o caso das transformações atmosféricas provocadas pelas mudanças climáticas? Com base neste questionamento e através de uma análise dialética entre teorias e um estudo de caso sobre a Ruína da Lagoa, localizada no município de Ubatuba/SP, é possível demonstrar como os efeitos das mudanças climáticas pode impactar consideravelmente a nossa noção de sustentabilidade quando tratamos de sítios históricos.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

AdaptaBrasil. (2020). Adapta Brasil integra índices e indicadores de impactos das mudanças climáticas. Disponível em: <https://adaptabrasil.mcti.gov.br/noticia/adaptabrasil-integra-indices-e-indicadores-de-impactos-das-mudancas-climaticas> [cons. 01 nov. 22]

Barbier, E. B. (1987). The concept of sustainable economic development. Environmental conservation, 14(2), 101-110.

Bascom, W. (1960). Beaches. Scientific American, 203(2), 80-97.

Brandi, C. (2004). Teoria da restauração. Cotia, SP: Ateliê Editorial.

Brasil. (1948). Lei nº 163, de 27/09/1948. Dispõe sobre constituição em estâncias balneárias, com as respectivas cidades, dos municípios de Guarujá, Itanhaem, São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Iguape e Cananéia. Diário Oficial Executivo, p. 1. São Paulo, SP.

Brasil. (1977). Decreto nº 10.251, de 30/08/1977. Cria o Parque Estadual da Serra do Mar e dá providências correlatas. Diário Oficial Executivo, p. 19. São Paulo, SP.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/DOUconstituicao88.pdf>. [cons. 01 nov. 22]

Beck, U., & Wynne, B. (1992). Risk society: Towards a new modernity (Vol. 17). sage.

Bonduki, N. (2010). Intervenções urbanas na recuperação de centros históricos. Brasília, DF: IPHAN/Programa Monumenta.

CCSP (U.S. Climate Change Science Program). (2008). Analyses of the Effects of Global Change on Human Health and Welfare and Human Systems: Final Report, Synthesis and Assessment Product 4.6. Washington, DC: U.S. Environmental Protection Agency.

César, O., & Monteiro, R. (1995). Florística e fitossociologia de uma floresta de restinga em Picinguaba (Parque Estadual da Serra do Mar), Município de Ubatuba-SP. Naturalia, 20(1), 21-35.

Costa, D. M. (2013). Eco(arqueo)logia histórica nas Lavras do Abade: patrimônio cultural e natural. Amazônica-Revista de Antropologia, 5(1), 38-53.

Costa, R. S., da Costa, G. L., de Lima, F. J. L., Gonçalves, A. R., Martins, F. R., Pereira, E. B., & Casagrande, M. S. G. (2020). Impactos das Mudanças Climáticas na disponibilidade futura do recurso eólico. In XXII Congresso Brasileiro de Planejamento Energético-CBPE.

Defeo, O., McLachlan, A., Schoeman, D. S., Schlacher, T. A., Dugan, J., Jones, A., ... & Scapini, F. (2009). Threats to sandy beach ecosystems: a review. Estuarine, coastal and shelf science, 81(1), 1-12.

Dolfuss, O. (1973). A análise geográfica. São Paulo: Difusão Européia do Livro.

Fundação Florestal. (2020). Plano de manejo: Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte. Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, São Paulo.

Garfin, G., Franco, G., Blanco, H., Comrie, A., Gonzalez, P., Piechota, T., Smyth, R., & Waskom, R. (2014). Climate Change Impacts in the United States: Southwest. In Melillo, J., Richmond, T. (T.C.), & Yohe, G. W. (Eds.). Climate Change Impacts in the United States: The Third National Climate Assessment (pp. 462-486). U.S. Global Change Research Program.

ICOMOS, Lausanne (Suíça). (1990). Carta Internacional sobre a proteção e a gestão do Património Arqueológico. Tradução de Flávio Lopes e Miguel Brito Correia. Disponível em: <https://www.icomos.pt/images/pdfs/2021/31%20Carta%20patrim%C3%B3nio%20arqueol%C3%B3gico%20-%20ICOMOS%201990.pdf>. [cons. 01 nov. 22]

IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change. (2014). Climate Change 2014: mitigation of Climate Change. Contribution of Working Group III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Edenhofer, O., Pichs-Madruga, R., Sokona, Y., Farahani, E., Kadner, S., Seyboth, K., Adler, A., Baum, I., Brunner, S., Eickemeier, P., Kriemann, B., Savolainen, J., Schlömer, S., von Stechow, C., Zwickel, T., & Minx, J. C. (Eds.). Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. (1961). Lei nº 3.924 de 26 de julho de 1961. Dispõe sobre os Monumentos Arqueológicos e Pré-históricos. Diário Oficial da União, seção 1, p. 6793. Brasília, DF.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. (2019). Portaria nº 316, de 4 de novembro de 2019. Estabelece os procedimentos para a identificação e o reconhecimento de sítios arqueológicos pelo IPHAN. Diário Oficial da União, edição 214, seção 1, p. 25. Brasília, DF.

Krippendorf, J. (2009). Sociologia do Turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens (3ª ed.). São Paulo: Aleph.

Lenton, T. M., Rockström, J., Gaffney, O., Rahmstorf, S., Richardson, K., Steffen, W., & Schellnhuber, H. J. Climate tipping points – too risky to bet against. Nature, 575(7784), 592-595, 2019.

Luchiari, M. T. D. P. (1992). Caiçaras, migrantes e turistas: a trajetória da apropriação da natureza no litoral norte paulista (São Sebastião-Distrito de Maresias). Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas.

Luchiari, M. T. D. P. (1999). O lugar no mundo contemporâneo: turismo e urbanização em Ubatuba. Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas.

Macedo, S. S. (1993). Paisagem, urbanização e litoral: do éden à cidade. Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo.

Mantua, N. J., & Hare, S. R. (2002). The Pacific decadal oscillation. Journal of oceanography, 58(1), 35-44.

Marques, C. M. (2011). À margem da economia: Cachaça e protocampesinato negro no litoral sul fluminense (1800-1888). Dissertação (Mestrado). Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Niterói.

Meneses, U. T. B. D. (2017). Repovoar o patrimônio ambiental urbano. Revista do Patrimônio e Histórico e Artístico Nacional, 36, 39-52.

Myers, N., Mittermeier, R. A., Mittermeier, C. G., Da Fonseca, G. A., & Kent, J. (2000). Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403(6772), 853-858.

Neves, E. G. (2022). Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia Central. São Paulo: Ubu.

Oscar Jr., A. C. D. S. (2018). Governança territorial em nível metropolitano e risco da mudança climática no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas.

Paes, M. T. D. (2016). Entre a cultura e a natureza: a patrimonialização das paisagens naturais. In Irving, M. A., Calabre, L., Bartholo, R., Lima, M. A. G., Moraes, E. A., Egrejas, M., & Lima, D. (Orgs.), Turismo, Natureza e Cultura: Interdisciplinaridade e políticas públicas (pp. 23-27). Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa.

Petrone, M. T. S. (1968). A lavoura canavieira em São Paulo: expansão e declínio (1765-1851). São Paulo: Difusão Européia do Livro.

Purvis, B., Mao, Y., & Robinson, D. (2019). Three pillars of sustainability: in search of conceptual origins. Sustainability science, 14(3), 681-695.

Quillfeldt, P., & Masello, J. F. (2013). Impacts of climate variation and potential effects of climate change on South American seabirds–a review. Marine Biology Research, 9(4), 337-357.

Reis, N. G. (1999). Os engenhos da baixada santista e os do litoral norte de São Paulo. Revista Usp, (41), 62-73.

Rickards, L. E. S. L. E. Y., Matthews, A., Gordon, K. A. T. H. L. E. E. N., Tamisea, M., Jevrejeva, S., Woodworth, P., & Bradshaw, E. (2015). Celebrating 80 years of the Permanent Service for Mean Sea Level (PSMSL). Proceedings of the International Association of Hydrological Sciences, 365, 1-5.

Riegl, A. (2019). O culto moderno dos monumentos: sua história e suas origens. São Paulo: Editora Perspectiva.

Rizzini, C. T. (1997). Tratado de Fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos (2ª ed.). Rio de Janeiro: mbito Cultural Edições Ltda.

Rocha, T. D. C. F. (2009). Mapeamento da sensibilidade ambiental do litoral de Ubatuba-SP a vazamentos de petróleo. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro.

Santos, R. (2013). Arqueologia da Arquitectura: conceito e metodologia. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, 4(1), 5-14.Silva, A. C. da. (1975). Litoral Norte do Estado de São Paulo: formação de uma região periférica. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, Instituto de Geografia, São Paulo.

Silva, J. P. R., Reboita, M. S., & Escobar, G. C. J. (2019). Caracterização da Zona de Convergência do Atlântico Sul em campos atmosféricos recentes. Revista Brasileira de Climatologia, 25.

Smith, L. (2006). Uses of heritage. Routledge.

Strauss, B. H., Kulp, S. A., Rasmussen, D. J., & Levermann, A. (2021). Unprecedented threats to cities from multi-century sea level rise. Environmental Research Letters, 16(11), 114015.

Tulik, O. (1995). Residências secundárias: presença, dimensão e expressividade do fenômeno no Estado de São Paulo. Tese (Livre Docência). Universidade de São Paulo, São Paulo.

United Nations. (1987). Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future (Brundtland Report). Oxford University Press, Oxford.

Veloso, H. P., Rangel-Filho, A. L. R., & Lima, J. C. A. (1991). Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais.

Téléchargements

Publiée

2023-07-31

Comment citer

Cristina da Silva Campos, L., Vieira de Carvalho, A., Marie Van Sebroeck Lutiis Silveira Martins, B., Caroline Leonel de Almeida, T., & Soares Silva, J. P. (2023). Peixes não habitam palácios: uma análise sobre o patrimônio arqueológico histórico e as mudanças climáticas no litoral sudeste. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 17(2), 305–328. https://doi.org/10.31239/vtg.v17i2.41701