Arqueologia do Axé

o Exu submerso e a paisagem sagrada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.32577

Palavras-chave:

arqueologia das religiões negras, assentamento de Exu, paisagem sagradas, enseada de Água de Meninos

Resumo

Este artigo trata da presença submersa de uma estrutura de ferro atribuída à divindade africana Exu na região portuária de Salvador, Bahia, e está estruturado por três linhas analíticas. A primeira apresenta uma Arqueologia das Religiões Negras capaz de recuperar, pela materialidade, processos e técnicas rituais elaboradas no trânsito diaspórico. A segunda linha enfoca a triangulação epistêmica entre o contexto arqueológico, a presença de feiras livres e a formação antrópica da enseada de Água de Meninos, em Salvador. A terceira linha problematiza o ritual de imersão do assentamento Exu no leito da Baía de Todos os Santos e a força invisível de sua presença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Appiah, K. A. (1997). Na casa de meu pai. Rio de Janeiro, Contraponto.

Araújo, G. A. F. (2009). Feira de Barcelos (Portugal) e São Joaquim (Brasil) enquanto espaço diverso, de bens simbólicos e práticas culturais plurais na contemporaneidade. IV Congresso Internacional de Estudos Comparativos da ABRAEC UEPB, Campina Grande – Brasil.

Augé, M. (2007). Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus.

Barrett, J. (1991). Towards an Archaeology of Ritual. In Garwood, P., Jennings, D., Skeates, R. and Toms, J. (eds.) Sacred and Profane: Proceedings of a Conference on Archaeology, Ritual and Religion. Oxford University Committee for Archaeology, Monographs, n°32, p.1-9.

Barros, A. (1999). Depoimento. In: Araújo, Ubitatan de Castro (Org.). Salvador era assim: memórias da cidade. Salvador: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

Bass, G. F. ( 1969). Arqueologia Subaquática. Lisboa: Verbo.

Bastide, R. (2001). O Candomblé da Bahia: rito nagô. Trad . Maria Isaura Pereira de Queiroz. São Paulo: Companhia das Letras.

Bender, B., Hamilton, S. and Tilley, C. (1997). Leskernick: Stone Worlds; Alternative Narratives; Nested Landscapes. Proceedings of the Prehistoric Society 63, p. 147-78.

Binford, L. (1972). Mortuary Practices: Their Study and Their Potential. In Binford, L. An Archaeological Perspective. New York: Seminar Press, p. 208–43.

Blot, J-Y. (1999). O mar de Keith Muckelroy: o papel da teoria na arqueologia do mundo náutico. Al-Madan, Almada, Centro de Arqueologia, Série 2, n. 8, p. 41-55.

Bradley, R. (1990). The Passage of Arms: An Archaeological Analysis of Prehistoric Hoards and Votive Deposits. Cambridge: Cambridge University Press.

¬ Bradley, R. (1991). Ritual, Time and History. World Archaeology 23, p. 209–219.

Childe, V. G. (1945). Progress and Archaeology. London: Watts.

Childe, V. G. (1947). History. London: Cobbett Press.

Clarke, D. L. (1968). Analytical Archaeology. Second edition London: Methuen.

Douglas, M. (1991). Pureza e perigo. Lisboa: Edições 70.

Fagan, B. (1998). From Black Land to Fifth Sun. Reading, Mass.: Addison-Wesley.

Feinman, G. M. (1997). Thoughts on new approaches to Combining the archaeological and historical records. Journal of Archaeological Method and Theory. V.4, n.os ¾.

Fennell, C. (2007). Crossroads and Cosmologies. Diasporas and ethnogenesis in the new world. University Press of Florida.

Garwood, P., Jennings, D., Skeates, R. and Toms, J. (1991). (eds). Sacred and Profane. Oxford University Committee for Archaeology, Monograph 32, 192.

Gilroy, P. (2001). O Atlântico Negro. Rio de Janeiro: UCAM.

Goldman, M. (2009). Histórias, devires e fetiches das religiões afro-brasileiras: ensaio de simetrização antropológica. Análise Social, vol. XLIV (190), p.105-137.

Hawkes, C. (1945). Archaeological Theory and Method: Some Suggestions from the Old World. American Anthropology 56, p. 153–68.

Hodder, I. (1982). The Present Past. London: Batsford.

Holbraad, M. (2012). Truth in Motion: The recursive anthropology of Cuban divination. The University of Chicago Press. Ltd., London.

Insoll, T. (2004). Archaeology, ritual, religion. London: Routledge.

Jones, S. (1997). The Archaeology of Ethnicity. Constructing identities in the past and present. Londres: Routledge.

Jones, S. (2005). Categorias históricas e a práxis da identidade: a interpretação da etnicidade na arqueologia histórica. (In) Funari, P. P. A. Orser Jr., Charles E. & Schiavetto, S. N. de O. Identidades, discurso e poder: Estudos da arqueologia contemporânea. São Paulo: Annablume/Fapesp.

MAE. (2010). Diagnóstico e Lavantamento Arqueológico Subaquático - Relatório Final - Estudo de Impactos Culturais da Ampliação da Ponta Norte do Porto Organizado de Salvador. MAE-UFBA, Salvador, IPHAN.

Maldonado-Torres, N. (2006). Pensamento crítico desde a subalternidade: os Estudos Étnicos como ciências descoloniais ou para a transformação das humanidades e das Ciências Sociais no século XXI. Afro-Ásia, 34, p. 105-129.

Marques, L. (2018). Fazendo orixás: sobre o modo de existência das coisas no candomblé. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 38(2): 221-243.

Mattoso, K. M. Q. (1978). Bahia: a cidade do Salvador e seu mercado no séc. XIX. São Paulo: HUCITEC: Salvador: Secretaria Municipal de Educação e cultura.

Meyer, B. (2008). “Powerful Pictures: Popular Christian Aesthetics in Southern Ghana” Journal of the American Academy of Religion, March 2008, Vol. 76, No. 1, p. 82–110.

Nascimento, A. A. V. (1986). As 10 freguesias da cidade do salvador: aspectos sociais e urbanos do séc. XIX. Fundação Cultural do Estado da Bahia.

Novaes, L. C. N. (2018). A borda do mar como um lugar cultural: arqueologia de praias e a dialética étnico-maritíma do patrimônio imaterial no sítio da Preguiça, Salvador/Bahia. Revista de Arqueologia. Vol.31, n°1.

Novaes, L. C. N. (2019). O Exu Submerso: uma arqueologia da religião e da diáspora no Brasil. Paraná: Appris.

Osborne, R. (2004). Hoards, votives, offerings: the archaeology of the dedicated object. World Archaeology Vol. 36(1), p. 1-10.

Orser, C. E. The Archaeology of the African Diaspora. Annu. Rev. Anthropol, 1998.

Parés, L. N. (2007). A Formação do Candomblé: História e Ritual da Nação Jeje na Bahia. Campinas, editora Unicamp.

Paim, M. R. S. (2005). Do Sete a São Joaquim: O Cotidiano de “Mulheres de Saia” e Homens em Feiras Soteropolitanas (1964 – 1973). Dissertação de Mestrado. Salvador: UFBA.

Peixoto, A. (1945). Breviário da Bahia. Livraria Agir Editora.

Rambelli, G. (2002). Arqueologia até debaixo d’água. São Paulo: Maranta.

Rambelli, G. (2008). Entre o uso social e o abuso comercial: as percepções do patrimônio cultural subaquático no Brasil • HISTÓRIA, São Paulo, 27 (2).

Ramos, A. (2001). O negro brasileiro. São Paulo, Ed. Nacional.

Reis, J. J. (1986). Rebelião escrava no Brasil: A historia do levante dos malês - 1835. São Paulo: Brasiliense.

Renfrew, C. (1985). The Archaeology of Cult. London: Thames and Hudson.

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬Rodrigues, N. (1977[1906]). Os Africanos no Brasil. Companhia Editora Nacional, São Paulo.

Rosado, R. C. S. C. (1983). O Porto de Salvador: Modernização em Projeto: 1854/1891. Dissertação de mestrado apresentada ao departamento de Ciências Sociais da UFBA, Salvador/BA.

Schiffer, M. B. (1987). Formation Processes of the Archaeological Record. Albuquerque: University of New Mexico, p. 3-23.

Schwarcz, L. M. (1993). O Espetáculo das Raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras.

Singleton, T. A. (1995). The archaeology of slavery in North America. Annu. Rev. Anthropol. 24, p. 119–40.

Sousa, T. (1956). Sesmaria de “Água de Meninos”, dada pelo governador Tomé de Sousa ao P. Manuel de Nóbrega, Baía. In: Leite, Serafim, S.J. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil: 1538-1553. Coimbra: Tipografia Atlântida.

Souza, M. A. T. (2007). Uma outra escravidão: a paisagem social no engenho de São Joaquim, Goiás. Vestígios, (1): 1, p. 59-92.

Teixeira, C. (2001). "Do Comércio à Ribeira". In: Revista História Visual. Salvador. Correio da Bahia.

Whitehouse, R. (1996). Ritual Objects. Archaeological Joke or Neglected Evidence? In Wilkins, J. (ed.) Approaches to the Study of Ritual: Italy and the Ancient Mediterranean. London: Accordia Research Centre, p. 9-30.

Verger, P. (1987). Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. São Paulo: Corrupio.

Vilhena, L. S. (1964). A Bahia no século XVIII. Bahia: Itapua, 1964.

Zeusse, E. M. (1987). Ritual. In Eliade, M. (ed.). The Encyclopedia of Religion. Volume 12. London: Macmillan, p. 405–22.

Downloads

Publicado

2022-01-13

Como Citar

de Castro Nunes Novaes, L. (2022). Arqueologia do Axé: o Exu submerso e a paisagem sagrada. Vestígios - Revista Latino-Americana De Arqueologia Histórica, 16(1), 74–94. https://doi.org/10.31239/vtg.v16i1.32577

Edição

Seção

Artigos