Drácula: Um Flâneur na Londres Vitoriana - O Vampiro no Imaginário Vitoriano e o Ambiente da Grande Cidade do Fin-de-Siècle
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.5..291-298Resumo
O romance Dracula, de Bram Stoker, oferece um reflexo de determinados valores da sociedade burguesa da era vitoriana inerentes à estrutura social do ambiente urbano da grande cidade no jin-de-siecle. Ao adotar o discurso que a literatura toma emprestado à ciência no século XIX, Dracula se estabelece como uma representação do imaginário burguês vitoriano que reflete a indiferença da multidão urbana pelos indivíduos que a compõem, indiferença que transforma essa multidão massificada no meio ideal para o florescimento do crime. Essa situação cria, também, um terreno fértil para o surgimento do romance policial, alémde refletir a necessidade, gerada por essa mesma indiferença, de o indivíduo destacar-se na multidão, promovendo, assim, seu reconhecimento através do olhar do outro.
Downloads
Referências
AUERBACH, Erich. Mimesis. São Paulo: Perspectiva, 1987.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética (A Teoria do Romance). Trad.: Aurora Fornoni Bernardini et al. São Paulo: Hucitec, 1990.
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. Trad.: José Carlos Martins Barbosa et al. São Paulo: Brasiliense, 1991.
BOLLE, WILLI. Fisionomia da Metrópole Moderna: os “retratos benjaminianos” de cidades. Folha de São Paulo, Folhetim. 09 dez. 1984.
BRESCIANI, Maria Stella Martins. Metrópoles: as faces do monstro urbano (as cidades no século XIX). Cultura e cidades. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 5, n. 8/9, p. 35-68, 1984/85.
ENGELS, Friedrich. A situação da classe operária no Inglaterra. São Paulo: Global, 1988.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: a vontade de saber. Trad.: Mario Thereza da Costa Albuquerque et al. Rio de Janeiro: Graal, 1990.
FREUD, Sigmund. Obras completas. Trad. José Lopes-Ballesteros y de Torres. Madrid: Biblioteca Nueva, 1981.
ISER, Wolfgang. The Act of Reading. 2. ed. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1981.
PERROT, Michelle. A Família Triunfante. In: História da Vida Privada, vol. 4 – Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Trad.: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
PERROT, Michelle. Figuras e Papéis. In: História da vida privada, vol. 4. – Da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Trad.: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
QUEIROZ, Luíz Gonzaga Morando. Transgressores e transviados: a representação do homossexual nos discursos médico e literário no final do século XIX (1880-1900). Dissertação de Mestrado apresentado no Faculdade de Letras do UFMG, Belo Horizonte, 1992.
SCHORSKE, Carl E. Viena fin-de-siécle: política e cultura. Trad.: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia dos Letras, 1988.
SEVCENKO, Nicolau. Perfis Urbanos Terríveis em Edgar Allan Poe. Cultura e cidades. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 5, n. 8/9, 1984/1985.
STOKER, Bram. Dracula. Londres: Galley Press, 1988.
STORCH, Robert D. O Policiamento do Cotidiano no Cidade Vitoriana. Cultura e cidades. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 5, n. 8/9, p. 7-33, 1984/1985.
WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade na história e na literatura. Trad.: Paulo Henrique Britto. São Paulo: Companhia dos Letras, 1990.
ZILBERMAN, Regina. Estética do recepção e história da literatura. São Paulo: Ática, 1989.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 1997 Alexandre Sobreira Martins (Autor)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).