Quando a escritura se quebra nas ondas
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.12..130-142Palavras-chave:
Virginia Woolf, As Ondas, análise textual, The Waves, analyse textuelle.Resumo
Resumo: Desviando-se da estrutura tradicional do romance, Virginia Woolf, em As ondas, põe em cena seis vozes cujas falas executam um movimento contínuo de retração e distenção – movimento das ondas. As falas não estabelecem diálogo, apenas se tocam para um novo relance, revivem o passado contraído no presente e no futuro, cada uma delas marcada por pontos de intensidade, revivências que se repetem por não poderem ser substituídas. O cenário onde se desenrolam as falas é construído por uma narradora que limita o tempo ao percurso de um dia, sempre à beira-mar. Metáfora maior da escritura, o mar se derrama sobre as falas e aí produz um efeito de liquefação: desmancham-se os vetores do tempo, do espaço e das situações, para deixar na superfície a profusão de palavras que sobrenadam os acontecimentos revivenciados.
Palavras-chave: Virginia Woolf; As Ondas; análise textual.
Résumé: En s’écartant de la structure traditionnelle du roman, Virginia Woolf, dans The Waves, met en scène six voix dont les discours, tels les ondes, réalisent un mouvement continu de rétraction et de distension. Les paroles ne créent pas de dialogues, elle ne font que se toucher en vue d’un nouveau relancement; elles revivent le passé, resserré dans le présent et dans le futur, chacune e’entre elles marquée par des points d’intensité, des vécus qui se répètent dans l’impossibilité d’être substitués. Le décor où se déroulent les discours est construit par une narratrice qui réduit le temps à une journée, toujours au bord de la mer. Métaphore majeure de l’écriture, la mer déborde sur les discours en y produisant un effet de liquéfaction : les vecteurs du temps, de l’espace et de situations s’effritent, en laissant à la surface la profusion de mots qui flotent sur les événements re-vécus.
Mots-clés: Virginia Woolf; The Waves, analyse textuelle.
Referências
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