Literatura e história: crime e pena capital no século 19
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.20.3.35-46Palavras-chave:
França, guilhotina, narrativa de condenadosResumo
O romance Le Dernier jour d’un condamné, de 1829, do escritor francês Victor Hugo, coloca em cena um crime qualquer de um criminoso sem nome, cuja punição é a pena capital, através da prática da guilhotina. O texto traduz os reflexos da Revolução Francesa e do período do Terror no cotidiano e nos hábitos de uma sociedade aficionada pelo crime, dividida entre medo e atração, e de uma literatura seduzida pela estética do horror e da violência enquanto possibilidades de expressão do belo, transpondo e enaltecendo, na ficção, todo tipo de crime e criminosos, cuja figura do herói criminoso se define entre realidade e ficção. Interessa-nos mostrar a imbricação da História e da Literatura presentes no texto, no qual o crime e sua punição funcionam como instrumento principal do discurso filosófico e político de Hugo contra a pena de morte. O autor termina por inscrever- se documentalmente na história da luta pela abolição da pena de morte, enquanto método praticado de punição ao crime.
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