E uma rosa se abre: a guerra e a flor na poesia de Drummond

Autores

  • Valéria Daiane Soares Rodrigues Universidade Estadual de Montes Claros
  • Ivana Ferrante Rebello Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.2.129-136

Palavras-chave:

A rosa do povo, guerra, flor, Carlos Drummond de Andrade

Resumo

Carlos Drummond de Andrade, em A rosa do povo, articula, por meio da palavra e da criação de um eu lírico habitante de um mundo em guerra, a construção de uma imagem, imbuída de teor histórico, do Brasil dos anos finais da Segunda Guerra Mundial. Os versos traduzem a experiência do Drummond gauche, angustiado pelos problemas do seu tempo, em que a individualidade advinda da fragmentação do homem moderno é marca do conflito entre o eu lírico e o mundo. O poeta descreve de forma melancólica a degeneração das coisas e dos homens, em meio à consciência paralisante e à falta de perspectivas. A força que emerge do símbolo da rosa respalda o acento poético do itabirano: a destruição dos valores provocados pela morte e pelo derramar de sangue contrasta com o brotar da flor no asfalto. Do chão forrado de cadáveres, emerge uma rosa, numa representação da resistência humana.

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Biografia do Autor

Valéria Daiane Soares Rodrigues, Universidade Estadual de Montes Claros

Aluna do Mestrado em Letras Estudos Literários da Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

Ivana Ferrante Rebello, Universidade Estadual de Montes Claros

Professora Doutora do Departamento de Comunicação e Letras e Professora do Mestrado em Letras da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES.

Referências

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Publicado

2013-08-30

Como Citar

Rodrigues, V. D. S., & Rebello, I. F. (2013). E uma rosa se abre: a guerra e a flor na poesia de Drummond. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 23(2), 129–136. https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.2.129-136

Edição

Seção

Sessão 3. Segunda Guerra Mundial: Memórias da Catástrofe