A virada performativa em Inhotim: as instalações e a modernidade baudelairiana
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.3.13-30Palavras-chave:
Inhotim, instalação, modernidade baudelaireana, pós-modernidadeResumo
Este artigo explora a virada participativa na arte da instalação como parte da trajetória da modernidade baudelairiana até a posmodernidade do século XXI, representada por Inhotim, museu de arte contemporânea ao ar livre e jardim botânico, em Brumadinho, Minas Gerais. Em seu ensaio de 1862, “O pintor da vida moderna”, Charles Baudelaire definiu a modernidade como evanescente, transitória e fragmentária. A modernidade baudelairiana iniciou uma ruptura de fronteiras entre a arte e a vida, e entre a estética das Artes e a cultura popular, que continua nas instalações artísticas atuais. Nos locais das instalações, o espectador é forçado a expandir – em vez de completar – a obra de arte, em seu próprio ritmo, bem como suas experiências anteriores e reflexões posteriores. A mudança de uma obra de arte isolada para uma vivenciada não apenas complica o modo e o lugar em que as obras de arte são vistas, mas também radicaliza os materiais que constituem a obra de arte. Quer esses materiais sejam extraídos da esfera cotidiana, quer sejam extraídos de tecnologias complexas, cada obra passa por um processo de desfamiliarização e reativação para produzir a experiência estética transformadora. As instalações desse museu a céu aberto levam o espectador a uma experiência dinâmica e participativa com as relações espaciais, temporais e materiais que definem a própria essência da reciprocidade da arte, ou contrastam com o mundo, tanto o natural quanto o construído. E o cenário rarefeito do Jardim Botânico de Inhotim que faz com que a experiência participativa e transformadora se torne central para o encontro estético com a arte da instalação.
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