Sobre a literatura da destruição e o Ulisses, de James Joyce
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.3.211-222Palavras-chave:
cultura, negatividade, James Joyce, Ulisses, monólogo interior, dorResumo
O presente artigo, originalmente concebido como uma palestra, está dividido em duas partes. Na primeira, aborda uma crise atual da cultura, segundo a qual não é mais possível vislumbrar o que seria sua alteridade enfática: a cultura parece não ter outro. Após defender a necessidade de recuperação da negatividade para o âmbito das artes, o texto volta-se para o Ulisses, de James Joyce, para argumentar que o núcleo do monólogo interior, a técnica narrativa que ao máximo representa a interioridade psicológica, possui um traço inorgânico, que permeará o romance em sua segunda parte. No entanto, a fragmentação do corpo dos personagens e a recusa final do antropomorfismo não excluem o humano. A conclusão é que, a partir de Ulisses, torna-se possível imaginar o que seria a comunicação da dor.
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