As identidades ficcionais de Raul Pompéia
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.24.3.143-156Palavras-chave:
Literatura brasileira, Raul Pompéia, Caminha, Schmidt, FioraniResumo
A fortuna crítica da obra de Raul Pompéia – especialmente, de seu romance O Ateneu – foi marcada por uma forte aproximação entre a vida do escritor e sua ficção. No entanto, pouco se falou a respeito de um aspecto muito curioso desta relação complexa entre vida e arte: o papel subsequente de Pompéia na literatura brasileira não como escritor, mas como personagem. Curiosamente, o romancista integra a trama de obras ficcionais como, por exemplo, Tentação, de Adolfo Caminha, O canudo, de Afonso Schmidt, e Investigação sobre Ariel, de Sílvio Fiorani. Nesse sentido, a partir de uma comparação entre estas obras, será discutida a possível figuração ficcional de Pompéia, assim como a posição particular de sua subjetividade dentro da mecânica narrativa de cada texto. Do primeiro ao último, há, por assim dizer, um progressivo distanciamento do universo ficcional por ele criado (como o do citado O Ateneu) e uma ênfase cada vez maior em suas crises e inquietações pessoais.
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