Viagens noturnas: as rotas da exclusão em Lasar Segall e Hieronymus Bosch

Autores

  • João Paulo Ayub Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.1.183-194

Palavras-chave:

Segall, Bosch, morte, purificação, exclusão

Resumo

A Nave dos loucos (1503-1504), de Hieronymus Bosch, e o Navio de Emigrantes (1939-1941), de Lasar Segall, registram de modo singular a fragilidade que sustenta a humana condição dos condenados ao não-lugar. As obras encontram no tema da morte a rica possibilidade de diálogo e exploração daquilo que Michel Foucault identificou, na História da Loucura, como “jogos de exclusão”. Neste trabalho, a leitura e interpretação dos quadros citados destacará a operação sub-reptícia que engendra a partilha objeto/abjeto, purificação/exclusão, sob a qual os sujeitos excluídos – seja na figura do louco, do leproso, do emigrante ou do refugiado – experimentam a morte.

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Biografia do Autor

João Paulo Ayub, Universidade Federal de Goiás

Graduado em Ciências Sociais e Mestre em Sociologia pela UFMG. Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp.

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Publicado

2015-11-12

Como Citar

Ayub, J. P. (2015). Viagens noturnas: as rotas da exclusão em Lasar Segall e Hieronymus Bosch. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 25(1), 183–194. https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.1.183-194

Edição

Seção

Dossiê - O Noturno na Literatura e nas Artes