Mistura de gêneros, dentro e fora da literatura

Autores

  • Fernando Baião Viotti Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.1.83-98

Palavras-chave:

gêneros, canção, poesia, século XX, Bob Dylan, Nobel Prize

Resumo

Poucas vezes uma premiação literária provocou tanto debate quanto o Nobel de Literatura concedido a Bob Dylan em 2016. A láurea trouxe para a esfera pública uma discussão em geral reservada ao ambiente acadêmico, quanto ao que se deve ou não abrigar sob a denominação de literatura. Dylan respondeu à sua maneira, manejando recursos de linguagem peculiares. Cada um dos quatro lances da sua resposta lida com elementos típicos do discurso literário: a elipse, a ironia, a representação e a heterogeneidade. Da distinção de gêneros entre poesia e canção surge um questionamento mais amplo quanto às fronteiras que separam o discurso literário dos demais. O jogo de Dylan com a linguagem expande o cruzamento de fronteiras entre os gêneros que sua obra coloca para além dela mesma, abrangendo os discursos não literários e até mesmo um determinado modo de ser.

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Biografia do Autor

Fernando Baião Viotti, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Pós Graduação em Estudos Literários; FALE-UFMG.

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Publicado

2018-04-27

Como Citar

Viotti, F. B. (2018). Mistura de gêneros, dentro e fora da literatura. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 28(1), 83–98. https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.1.83-98

Edição

Seção

Dossiê – A Questão dos Gêneros Literários na Modernidade