Derivas, nomadismos e perambulações urbanas: Lugar público, de José Agrippino de Paula, em diálogo com as artes

Autores

  • Michel Mingote Ferreira de Azara

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.2.15-34

Palavras-chave:

espaço urbano, José Agrippino de Paula, literatura brasileira contemporânea, dança, arquitetura

Resumo

José Agrippino de Paula, cujo PanAmérica (1967) despontou como referência importante do movimento da Tropicália, ao trazer para a literatura o universo da cultura de massa e do mundo pop, lançara, dois anos antes, um livro inquietante e totalmente radicado no espaço urbano, intitulado Lugar público (1965). Os personagens, em constante trânsito pela cidade, caminham sem rumo certo, o que leva a cidade a ser configurada como um labirinto acêntrico, sem ponto de partida e nem ponto de chegada. Em seus movimentos paradoxais, eles reinventam o espaço urbano e apresentam novas formas de reapresentar e narrar o espaço público. Dessa forma, propomos um diálogo entre o romance de De Paula e algumas manifestações artísticas tais como a dança de Merce Cunningham e Pina Bausch, o Situacionismo, o grupo de arquitetos Archigram e a pintura de Mondrian.

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Publicado

2018-06-29

Como Citar

Azara, M. M. F. de. (2018). Derivas, nomadismos e perambulações urbanas: Lugar público, de José Agrippino de Paula, em diálogo com as artes. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 28(2), 15–34. https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.2.15-34

Edição

Seção

Dossiê – Deslocamentos, Linhas de Fuga, Confins